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Polícia

Governo do Maranhão avalia serviço de saúde em Pedrinhas

16 jan 2014 - 16h51
(atualizado às 16h56)
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<p>Presídio de Pedrinhas</p>
Presídio de Pedrinhas
Foto: Clayton Montelles / Governo do Maranhão / Agência Brasil

Uma equipe da Secretaria de Saúde do Maranhão, acompanhada de representantes do Ministério da Justiça, visita nestas quinta e sexta-feira o Complexo Penitenciário de Pedrinhas. É para fazer levantamento sobre a situação dos serviços de saúde oferecidos aos detentos. A saúde dos condenados é um dos temas do plano emergencial apresentado pela governadora Roseana Sarney ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para controle da crise no sistema penitenciário do Estado.

Duas vítimas do ataque a ônibus em São Luís, no dia 3 de janeiro, continuam em estado grave. Os atentados ocorreram por ordem de presos em Pedrinhas e deixou cinco pessoas feridas.

Abyancy Silva Santos, 35 anos, que teve queimaduras em 10% do corpo, receberá mais um curativo cirúrgico amanhã. Após o procedimento, os médicos discutirão a possibilidade de alta médica.

A menina Lorrane Beatriz Santos, 1 ano e 5 meses, recebeu alta ontem após passar 12 dias internada no hospital. Ela teve queimaduras nas pernas e nos braços. Lorrane é irmã de Ana Clara, 6 anos, que morreu vítima das queimaduras.

A mãe das crianças, Juliane Carvalho Santos, 22 anos, segue internada em Brasília, em estado grave. Ela foi submetida ontem ao terceiro desbridamento cirúrgico, de retirada do tecido morto na pele. Juliane deve ser submetida a novos desbridamentos nos próximos dias.

Outro paciente é Marcio Ronny da Cruz, 37 anos, transferido na segunda-feira para o Hospital de Queimaduras de Goiânia. Ele continua em estado grave e respira com ajuda de aparelhos. Será submetido a procedimento cirúrgico para retirada de pele morta. Ele ajudou a tirar a menina Ana Clara do ônibus em chamas. 

Violência no Maranhão

O Estado do Maranhão enfrenta uma crise dentro e fora do sistema carcerário que tem como principal foco o Complexo Penitenciário de Pedrinhas. Segundo o Conselho Nacional de Justiça, 59 detentos foram mortos no presídio somente em 2013, o que revelou uma falta de controle no local.

No dia 3 de janeiro, uma onda de ataques a ônibus em São Luís mobilizou a Polícia Militar nas ruas da capital maranhense e dentro do presídio, já que as investigações apontam que as ordens dos atentados partiram de Pedrinhas.

Nos ataques do dia 3, quatro ônibus foram incendiados e cinco pessoas ficaram feridas, incluindo a menina Ana Clara Santos Sousa, 6 anos, que morreu no hospital alguns dias depois, com 95% do corpo queimado.

A questão dos problemas no sistema prisional maranhense ganhou mais destaque no dia 7 de janeiro, quando o jornal Folha de S. Paulo divulgou um vídeo gravado em dezembro, onde presos celebram as mortes de rivais dentro do complexos. Após essas imagem de presos decapitados serem divulgadas, o governo Roseana Sarney passou a ser pressionado pela Organização das Nações Unidas, pela Anistia Internacional, pelo CNJ e até pela Presidência da República.

No dia 10 de janeiro, a presidente Dilma Rousseff divulgou pelo Twitter que “acompanha com atenção” a questão de segurança no Maranhão. O Governo Federal passou a oferecer vagas em presídios federais, ao mesmo tempo em que a Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) visitou o complexo de Pedrinhas.

No dia 14 de janeiro, um grupo de advogados militantes na defesa dos direitos humanos protocolou na Assembleia Legislativa do Maranhão um pedido de impeachment contra a governadora Roseana Sarney. Segundo o grupo, composto por nove advogados de São Paulo e três do Maranhão, a governadora incorreu em crime de responsabilidade porque não teria tomado providências capazes de impedir a onda de violência que deixou mortos e feridos dentro e fora do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, desde o início do ano.

Em 16 de janeiro, o presidente da Assembleia Legislativa, Arnaldo Melo (PMDB), decidiu arquivar o pedido de impeachment após parecer técnico da assessoria jurídica da Casa. O arquivamento do processo foi feito sob a justificativa de que o pedido "é inepto e não tem condições de ser conhecido".

Agência Brasil Agência Brasil
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