Governo Lula divulga nota demonstrando preocupação com as eleições na Venezuela
Os desafios políticos enfrentados pelo país nos últimos anos têm sido cada vez mais intensos
O Ministério das Relações Exteriores (MRE) do Brasil emitiu uma nota nesta terça-feira (26), expressando sua inquietação em relação ao processo eleitoral em curso na Venezuela, agendado para o dia 28 de julho. Com Nicolás Maduro liderando como principal candidato, o país vizinho enfrenta a possibilidade de estender seu mandato presidencial para 18 anos, caso consiga a reeleição.
A frente de oposição na Venezuela relatou dificuldades significativas, como a falha em inscrever sua candidata, Corina Yoris, no site do Conselho Nacional Eleitoral até o prazo final, estipulado para as 23h59 de segunda-feira (25). No entanto, de última hora, um novo nome da oposição, Manuel Rosales, conseguiu registrar sua candidatura para participar do pleito.
"Esgotado o prazo de registro de candidaturas para as eleições presidenciais venezuelanas, na noite de ontem, 25/3, o governo brasileiro acompanha com expectativa e preocupação o desenrolar do processo eleitoral naquele país", diz o Itamaraty em nota.
Os desafios políticos enfrentados pela Venezuela nos últimos anos têm sido cada vez mais intensos. A oposição enfrenta obstáculos que vão desde a desqualificação de candidatos até a dificuldade em registrar suas candidaturas. Além disso, a expulsão de funcionários do Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU do país e a prisão de ativistas opositores contribuem para a atmosfera de tensão política que envolve a nação.
Processo eleitoral na Venezuela
O Governo brasileiro havia adotado uma postura de esperar e observar o desenrolar do processo eleitoral, evitando expressar publicamente suspeitas sobre a condução do regime de Maduro. No entanto, em sua nota divulgada nesta terça-feira, o Brasil agora declara que o governo Maduro está agindo de maneira "incompatível" com o Acordo de Barbados.
Esse acordo foi mediado pela Noruega e contou com a participação brasileira, com o objetivo de promover um processo eleitoral transparente no país vizinho.
Outro trecho da nota divulgada pelo Itamaraty diz que o Brasil "observa que a candidata indicada pela Plataforma Unitaria, força política de oposição, e sobre a qual não pairavam decisões judiciais, foi impedida de registrar-se, o que não é compatível com os acordos de Barbados. O impedimento não foi, até o momento, objeto de qualquer explicação oficial".
Em nota, o Itamaraty também expressa a disposição do Brasil em trabalhar em conjunto com a comunidade internacional. O objetivo é tentar garantir que as eleições representem um avanço significativo para a normalização da vida política e o fortalecimento da democracia na Venezuela.
*texto sob supervisão de Tomaz Belluomini