"Hoje temos certeza que país correu risco de golpe em função das eleições", diz Lula
Segundo o presidente, a tentativa de rompimento institucional não se concretizou devido à recusa de parte dos líderes das Forças Armadas em apoiar a proposta de Jair Bolsonaro (PL)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse ter convicção de que o Brasil correu "sério risco" de sofrer um golpe de Estado devido aos resultados das eleições de 2022. A declaração foi feita em reunião ministerial nesta segunda-feira (18).
Lula afirmou que a tentativa de rompimento institucional não se concretizou devido à recusa de parte dos líderes das Forças Armadas em apoiar a proposta do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Ele também mencionou os depoimentos prestados à Polícia Federal (PF) por membros do governo Bolsonaro e ex-comandantes das Forças Armadas, que revelaram uma suposta conspiração golpista liderada pelo ex-chefe do Executivo.
"Hoje temos certeza que esse país correu sério risco de ter um golpe em função das eleições de 2022. E não teve golpe não só porque algumas pessoas que estavam no comando das Forças Armadas não quiseram fazer, não aceitaram a ideia do presidente, mas porque o presidente é um covardão, não teve coragem de executar aquilo que planejou", afirmou Lula.
"Ele ficou dentro de casa, aqui no Palácio, chorando quase um mês. Preferiu fugir para os EUA ao fazer o que tinha prometido, na expectativa de que fora do país o golpe poderia acontecer, porque eles financiaram as pessoas nas portas dos quartéis. Como não deu certo o golpe, eles agora estão dizendo que estamos ferindo a democracia, que eles eram inocentes, que apenas fizeram discussões, que não houve nada de concreto, mas sabemos que houve a tentativa de um golpe nesse país", acrescentou.
Segundo Lula, o governo tem como papel consolidar o processo democrático no país: "Temos que fazer um esforço imenso para garantir que a Constituição seja respeitada, para garantir que as instituições que garantem a democracia continuem funcionando, para garantir que a relação entre o Poder Executivo, Legislativo e Judiciário continue cada vez mais harmônica, cada um cumprindo a sua tarefa, cada um cumprindo com sua obrigação".
* Matéria publicada com supervisão de Ricardo Parra.