Homem com placa de Marielle é agredido por bolsonaristas
Tumulto ocorreu em frente à sede da Polícia Federal no Rio, onde deputado está preso desde a madrugada
Um princípio de tumulto ocorreu em frente à sede da Polícia Federal no Rio nesta quarta-feira, 17, onde o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) está detido desde a madrugada. A confusão ocorreu quando um manifestante a favor da prisão do parlamentar apareceu com uma placa com o nome da vereadora Marielle Franco (Psol), assassinada em 2018.
Cerca de vinte apoiadores do deputado hostilizaram o manifestante Edson Rosa, de 50 anos. Ao chegar à PF nesta tarde, Rosa foi cercado pelo grupo e um dos apoiadores lhe arrancou a placa.
Rosa - que tem um problema na perna direita e caminha com o auxílio de muleta - tentou recuperar a placa e foi imobilizado no chão por um homem. Enquanto isso, os demais acusavam o ativista de "aparecer só para tumultuar".
Na campanha eleitoral de 2018, Silveira participou de um ato no qual quebrou uma placa com o nome de Marielle. A vereadora foi morta em março daquele ano, com o motorista Anderson Gomes. Ambos foram metralhados pelas costas. A iniciativa de Rosa foi uma alusão a esse episódio.
Rosa se apresenta pelas iniciais E.R. e é figura frequente em manifestações no Rio, sempre atuando de forma solitária. Tornou-se conhecido como "Je Suis" ("Eu sou", em francês), por escrever essa frase em cartazes, como forma de prestar solidariedade a diferentes causas.
Com a confusão, dois agentes da PF apareceram e pediram para que todos liberassem o acesso ao prédio. Uma viatura da PM chegou pouco depois, e os ânimos se acalmaram.