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Polícia

Homicídios têm alta de 42% na cidade de São Paulo

Alta de 19 casos em maio é a maior elevação proporcional mensal desde dezembro de 2012, quando houve confronto com o PCC

25 jun 2018 - 20h55
(atualizado às 21h35)
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Os casos de homicídio na capital paulista sofreram, em maio, a primeira alta mensal do ano e o maior crescimento proporcional desde dezembro de 2012. Os 64 registros, com 66 vítimas, de maio deste ano são 42,2% maior que os 45 casos, com 50 vítimas, do mesmo período de 2017.

 O secretário de Segurança Pública, Mágino Alves Barbosa Filho em entrevista coletiva para apresentar as estatísticas de criminalidade do Estado referentes ao mês de maio deste ano, no Auditório da SSP, localizado na Rua Líbero Badaró, centro de São Paulo (SP), nesta segunda-feira (25).
O secretário de Segurança Pública, Mágino Alves Barbosa Filho em entrevista coletiva para apresentar as estatísticas de criminalidade do Estado referentes ao mês de maio deste ano, no Auditório da SSP, localizado na Rua Líbero Badaró, centro de São Paulo (SP), nesta segunda-feira (25).
Foto: FLAVIO CORVELLO/FUTURA PRESS / Estadão

A alta é apenas a sexta elevação na estatística entre dados dos últimos 46 meses, a terceira desde o início de 2017. O acumulado de 2018 até aqui ainda é 4,5% menor do que no ano passado. Esse tipo de crime está em queda no mês e no ano no Estado de São Paulo. 

O ano de 2012 foi marcado pelo aumento da violência e por um embate entre agentes de segurança e criminosos membros do Primeiro Comando da Capital (PCC). Foi este confronto o fator apontado como responsável pela alta na quantidade de assassinatos na capital, assim como no Estado. Em dezembro daquele ano, os casos de homicídio saltaram de 96 para 156, alta de 62%, consolidando o aumento da violência já sentida durante nove dos 12 meses. 

Para a alta mais recente, a Secretaria da Segurança Pública ainda não tem explicação. "Não conseguimos detectar nenhum motivo determinante", disse nesta segunda-feira (25) o secretário Mágino Alves Barbosa Filho. A pasta informou que 37% dos casos foram cometidos durante o período da greve dos caminhoneiros, iniciada em 21 de maio. 

Problemas de abastecimento de combustível afetaram diversas áreas, inclusive a segurança pública. A Polícia Militar aumentou em dez minutos o tempo das pausas durante as rondas, passando a ficar 30 minutos, em vez de 20, parados na atividade de patrulhamento.

Ainda assim, Barbosa Filho disse não enxergar relação entre a greve e o aumento no número de mortes. Para o professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Rafael Alcadipani, a alta acende um "sinal amarelo". "É preciso saber em que áreas da cidade o crime aumento e desenvolver análise e atuações focadas nessas regiões. Historicamente, os homicídios na capital ficam concentrados nas franjas da zona sul e da zona leste, e não temos visto ações específicas", disse. 

Os dados da secretaria mostraram que o aumentou que mais pesou na taxa total da capital aconteceu na área do 85.º Distrito Policial (Jardim Mirna), na zona sul, onde os casos saltaram de um para cinco - alta de dez para 13 no ano até o momento. Em oito distritos da cidade, nas zonas sul, leste e norte, houve crescimento de dois casos.

Indicadores

No Estado, quase todos os indicadores de criminalidade tiveram queda. Crimes de homicídio (-7,4%), latrocínio (-40,6%), roubo ( -14,3%), roubo de veículos (-12,4%), furto (-7,6%) e furto de veículo (-13,5%) tiveram redução. O padrão não se repetiu para o crime de estupro, que chegou a sua oitava alta mensal consecutiva e 14.ª nos últimos 17 meses. Em maio, foram registrados 1.036 estupros. A secretaria voltou a reforçar que as campanhas de incentivo para o registro das ocorrências tem influência no aumento das notificações. Barbosa Filho acrescentou ainda que 11% dos registros efetuados em maio não tiveram a data do crime naquele mês, mas sim foram cometidos em períodos anteriores, o que segundo ele vem se repetindo nos últimos meses.

"Toda a mídia está falando disso, como foi o caso do vídeo dos torcedores da copa. As mulheres, agora, estão tomando coragem para noticiar. Estamos debruçados (sobre os dados) para tentar analisar e combater", disse o secretário. Questionado sobre a capacidade de atendimento das Delegacias de Defesa da Mulher (DDM), ele disse não ter número de policiais mulheres suficiente para permitir prolongar o horário de funcionamento. Ele destacou a implementação de um protocolo único de atendimento para esses casos que facilitaria, segundo ele, o atendimento a vítimas de estupro em todas as delegacias do Estado. 

Estadão
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