Idosa que foi sequestrada e internada à força por filha e genro acredita em motivação financeira
A mulher não tinha nenhuma doença ou necessidade terapêutica
A mulher que foi sequestrada e internada em uma clínica psiquiátrica à força pela filha e o genro em Petrópolis (RJ), afirmou que a motivação teria sido financeira. Ela não estava doente e nem possui transtornos psicológicos. O casal foi preso nesta sexta-feira, 24, após investigação da Polícia Civil.
Segundo Maria Aparecida Paiva, de 65 anos, ela saía de um banco no dia 6 de fevereiro quando foi surpreendida por homens que a jogaram dentro de uma ambulância. Ela acreditou que se tratava de um golpe, mas logo um dos rapazes disse que era "coisa de família", o que levou a mulher a acreditar que sua filha poderia estar envolvida.
Em entrevista à TV Globo, a idosa relatou que chegou a receber uma visita da filha na clínica psiquiátrica após três dias internada. "Desci toda feliz, porque achei que ia embora, quando cheguei lá ela falou que ia pra outra clínica", lamentou.
A mulher teria denunciado a própria filha por maus tratos aos netos, o que teria motivado a internação. Além disso, a idosa acredita que houve motivação financeira. "Tem questão financeira envolvida também, porque ela tem medo de perder a pensão do filho dela e se essa denúncia vai pro processo ela perde, porque o pai está pedindo a guarda do filho", disse à Globo.
"Olha, eu fico muito triste [disso tudo o que está acontecendo vir da própria filha]. Nunca pensei que isso fosse acontecer. Isso é tão verdadeiro, envolvido no dinheiro, porque no dia que ela me botou na clínica, ela contratou duas faxineiras, limpou meu apartamento e já alugou o apartamento". Segundo Maria, o imóvel foi alugado para o carnaval. "Não tenho raiva, só tristeza", continuou.
Investigação
A Polícia Civil constatou durante as investigações que a vítima foi mantida na unidade particular de saúde para ser coagida a se retratar de uma notícia crime que havia feito denunciando maus-tratos contra os dois netos, de 2 e 9 anos, na Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV). Ambos queriam desqualificar a queixa da idosa, afirmando que ela tinha um desequilíbrio mental.
Os agentes iniciaram as diligências e receberam a informação de que uma idosa lúcida e sem nenhuma doença física ou mental estava sendo mantida em privação de liberdade em uma clínica. Os policiais foram ao local e resgataram a vítima.