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Polícia

Imagens mostram momento em que delator do PCC é alvejado com 10 tiros de fuzil

Antônio Vinicius Lopes Gritzbach foi morto quando chegava de viagem, no Aeroporto de Guarulhos

17 nov 2024 - 21h57
(atualizado às 22h53)
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Imagens mostram momento em que delator do PCC é alvejado com 10 tiros de fuzil por criminosos encapuzados
Imagens mostram momento em que delator do PCC é alvejado com 10 tiros de fuzil por criminosos encapuzados
Foto: Reprodução/Fantástico

Novas imagens exclusivas obtidas pelo programa Fantástico, da TV Globo, mostram detalhes do assassinato de Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, empresário, corretor de imóveis e delator do PCC. Os registros captam a chegada de um carro preto, utilizado pelos criminosos, ao aeroporto de Guarulhos, além do momento exato em que os suspeitos desembarcam e disparam dez tiros de fuzil contra a vítima.

As imagens das câmeras de segurança também mostram o veículo circulando pela área de desembarque três vezes antes de estacionar atrás de um ônibus da Guarda Metropolitana.

Por volta das 16h, o empresário e sua namorada, de 29 anos, saem do saguão do aeroporto e caminham juntos. O veículo preto os acompanha em baixa velocidade, até que dois criminosos encapuzados descem do carro e disparam contra o empresário.

Após o ataque, os autores fugiram rapidamente, sem roubar as joias avaliadas em cerca de R$ 1 milhão que Vinicius trazia de Alagoas. Uma das hipóteses levantadas pelos investigadores é que os autores do crime desconheciam a existência das joias, tendo como único propósito a execução do empresário. Três câmeras registraram a fuga dos suspeitos. 

Os registros das câmeras de monitoramento também captaram a reação da namorada de Vinicius. Inicialmente, ela levou as mãos à cabeça e fez algumas ligações. Em seguida, após procurar ajuda, correu em direção ao corpo do empresário, sendo consolada por uma pessoa que estava no local.

Antes de ser morto, o delator do PCC estava viajando com sua namorada, em São Miguel dos Milagres (AL), a cerca de 100 km de Maceió. Durante a estadia, ele estava acompanhado por dois seguranças.

Ao chegar no aeroporto de Maceió, em 1º de novembro, Antônio comentou com um dos seguranças que havia sido reconhecido por um homem que lhe devia R$ 6 milhões.

Alguns dias depois, durante um jantar, afirmou ter notado a presença de alguém que parecia ser um criminoso que o ameaçava em São Paulo. Contudo, logo descartou essa possibilidade.

Ameaças a empresário

Antônio Vinicius já havia sido preso sob acusação de duplo homicídio, mas respondia ao processo em liberdade. Os dois mortos eram integrantes do PCC, e o caso estaria relacionado ao desaparecimento de R$ 100 mil.

Em 2023, ele firmou um acordo de delação premiada, homologado em maio, no qual forneceu ao Ministério Público informações sobre membros do PCC e policiais envolvidos em esquemas de corrupção.

Pouco antes de viajar para Alagoas, o empresário denunciou à Corregedoria da Polícia Civil que sua casa havia sido invadida por agentes, que teriam levado R$ 20 mil em espécie, uma espingarda e relógios de luxo avaliados em mais de R$ 700 mil. Além disso, afirmou ter sido vítima de extorsão, alegando que os policiais exigiram R$ 40 milhões para evitar sua prisão.

A namorada contou aos investigadores que durante a viagem ele recebeu uma ligação de alguém que lhe devia dinheiro. As apurações indicam que esse indivíduo seria o mesmo que o reconheceu no aeroporto de Maceió.

Após essa ligação, Antônio instruiu os seguranças a buscarem joias que fariam parte de uma negociação. De acordo com a polícia, as joias foram entregues em um quiosque na orla de Maceió, três dias antes de sua morte em Guarulhos.

Um dos seguranças afirmou em depoimento que quem entregou as joias, embaladas em uma sacola preta, foi um homem identificado como Alan. Agora, a polícia busca descobrir a identidade e o envolvimento desse indivíduo.

Vida luxuosa

Antônio Vinicius era milionário e proprietário de diversos imóveis, muitos deles situados em áreas privilegiadas da Zona Leste de São Paulo. Segundo relatos de vizinhos, ele passou boa parte de 2023 recluso, mas, neste ano, começou a frequentar mais lugares, algumas vezes sem a presença de seus seguranças pessoais.

Ao chegar ao aeroporto de Guarulhos, Antônio aguardava ser escoltado por uma equipe de quatro policiais militares. No entanto, eles alegaram problemas mecânicos no veículo, apenas um policial compareceu ao local em um carro diferente.

Nesta semana, a força-tarefa encarregada da investigação afastou os PMs que atuavam como seguranças do empresário, assim como os policiais civis mencionados em sua delação por envolvimento em esquemas de corrupção. Os investigadores afirmaram ao Fantástico que já identificaram uma das pessoas que participou do assassinato.

Fonte: Redação Terra
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