Infiltrado na Rocinha, soldado diz que PMs da UPP torturavam traficantes
Policial militar disse que traficantes relatavam torturava; júri de policiais acusados do desaparecimento do pedreiro Amarildo começa amanhã
Um soldado da Polícia Militar afirmou a promotores que investigaram o desaparecimento do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza que traficantes relatavam tortura em membros das quadrilhas. Os crimes seriam cometidos por policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha para encontrar armas e drogas. O soldado da PM Rodrigo de Macedo da Silva ficou infiltrado entre traficantes da favela por quatro meses e disse ter ouvido relatos de policiais que colocavam "sacos na cabeça dos traficantes", entre outras formas de tortura. As informações são do jornal Folha de S.Paulo
Amarildo desapareceu após ser levado por policiais militares para a sede da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) em junho do ano passado, para averiguação de envolvimento com o tráfico. A primeira audiência do caso Amarildo foi marcada para amanhã.
A denúncia, apresentada pelo Ministério Público, aponta que o tenente Luiz Medeiros, o sargento Reinaldo Gonçalves e os soldados Anderson Maia e Douglas Roberto Vital torturaram o ajudante de pedreiro. Outros policiais militares são acusados de fazer vigília da base, no momento do ato, e de serem omissos, por não terem impedido a tortura.