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Polícia

Julgamento de acusados de matar cinegrafista começa nesta 6ª

Os jovens Fábio Raposo Barbosa e Caio Silva de Souza são acusados dos crimes de explosão e homicídio triplamente qualificado pela morte de Santiago Andrade

25 abr 2014 - 09h14
(atualizado às 10h23)
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<p>Caio Silva de Souza foi preso no município de Feira de Santana, na Bahia, acusado de ser a pessoa que acendeu o artefato explosivo que vitimou fatalmente o cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Andrade</p>
Caio Silva de Souza foi preso no município de Feira de Santana, na Bahia, acusado de ser a pessoa que acendeu o artefato explosivo que vitimou fatalmente o cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Andrade
Foto: Mauro Pimentel / Terra

A 3ª Vara Criminal do Rio de Janeiro faz nesta sexta-feira a primeira audiência de instrução e julgamento dos dois acusados de matar o cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Andrade. Ele foi atingido por um artefato explosivo enquanto cobria uma manifestação no centro da capital, no início de fevereiro deste ano.

Morte de Santiago reflete nova realidade da violência contra o jornalismo

Fábio Raposo Barbosa e Caio Silva de Souza são acusados dos crimes de explosão e homicídio triplamente qualificado (por motivo torpe, impossibilidade de defesa da vítima e uso de explosivo).

Dezesseis testemunhas foram convocadas para depor na audiência de instrução, que começa às 13h no 9º andar da Lâmina Central do Tribunal de Justiça. 

Atingido em protesto, cinegrafista tem morte cerebral

Santiago foi atingido na cabeça por um rojão durante a cobertura de um protesto contra o aumento das passagens de ônibus no Centro do Rio de Janeiro, no dia 6 de fevereiro. Além dele, outras seis pessoas ficaram feridas na mesma manifestação.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, o cinegrafista chegou em coma ao hospital municipal Souza Aguiar. Ele sofreu afundamento do crânio, perdeu parte da orelha esquerda e passou por cirurgia no setor de neurologia. A morte encefálica foi informada pela secretaria no início da tarde de 10 de fevereiro, após ser diagnosticada pela equipe de neurocirurgia do hospital onde ele estava internado no Centro de Terapia Intensiva.

'Profissional de imprensa vai à guerra todo dia no Rio', diz jornalista em homenagem a cinegrafista morto:

O tatuador Fábio Raposo confessou à polícia ter participado da explosão do rojão que atingiu Santiago. Ele foi preso na manhã de domingo em cumprimento a um mandado de prisão temporária expedido pela Justiça. O delegado Maurício Luciano, titular da 17ª Delegacia de Polícia (São Cristóvão) e responsável pelas investigações, disse que Fábio já foi indiciado por tentativa de homicídio qualificado e crime de explosão e que a pena pode chegar a 35 anos de reclusão.

Raposo ajudou a polícia a reconhecer um segundo responsável pelo disparo do artefato que causou a morte do cinegrafista. O tatuador, preso no Complexo Penitenciário de Gericinó, na zona oeste do Rio de Janeiro, afirmou, de acordo com o relato do delegado, que “eles se encontravam em manifestações" e que "esse rapaz tem perfil violento”.

Para delegado que investiga morte de cinegrafista, houve intenção de matar:

A Polícia Civil do Rio de Janeiro divulgou, na manhã do dia 11, uma foto do suspeito de ter acendido o rojão que atingiu Santiago Andrade. Caio Silva de Souza, 23 anos, é considerado foragido e tem duas passagens pela polícia. Fábio Raposo, que passou o rojão, reconheceu o autor do disparo a partir da imagem levada pelo delegado. Ele está sendo procurado por homicídio doloso qualificado – quando há intenção de matar – por uso de artefato explosivo e pelo crime de explosão.

Procurado por homicídio doloso qualificado – quando há intenção de matar – por uso de artefato explosivo e pelo crime de explosão, o suspeito foi preso na madrugada de 12 de fevereiro em uma pousada na cidade de Feira de Santana, na Bahia. De acordo com o advogado Jonas Tadeu Nunes, que também defende Fábio Raposo, Caio Silva de Souza seguia em direção ao Ceará, para a casa de um avô, mas foi convencido a se entregar. Ele não reagiu ao ser preso.

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Agência Brasil Agência Brasil
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