"Jurados estão confusos", diz acusação do caso Gil Rugai
O publicitário Gil Rugai, 29 anos, acusado de ter matado o pai Luiz Carlos Rugai, 40 anos, e a madrasta, Alessandra de Fátima Troitiño, 33 anos, chegou às 9h50 desta sexta-feira, pelos fundos do prédio do Fórum da Barra Funda, para o que pode ser o último dia de seu julgamento, iniciado na última segunda-feira. O quinto dia de júri, marcado para iniciar às 10h de hoje, só começou cerca de uma hora depois.
Apesar de demonstrar confiança na condenação do réu e que isso será comprovado hoje, o assistente de acusação Ubiraja Mangini Pereira disse que o júri está muito confuso. O quinto dia do julgamento, marcado para iniciar às 10h de hoje, só começou cerca de uma hora depois. "A acusação tem a certeza que ele (Gil Rugai) estava na casa e que matou o pai e a madrasta. Não tenho dúvidas que os jurados estão muito confusos com o que lhes foi apresentado ontem, mas quem tiver o melhor poder de convencimento conseguirá comprovar a versão e a nossa é a verdadeira", afirmou na chegada ao Fórum.
Mangini, que representa a família de Alessandra, também fez uma crítica à defesa de Gil Rugai. "Lançar nacionalmente o nome de uma pessoa que tem uma família que trabalha e que não tem nada a ver com o caso, como fizeram com a família do Bazaia Neto em Itu, não diria que é apenas leviano, mas muito temeroso", considerou. Ontem, a defesa sustentou outras duas linhas de investigação: que um ex-funcionário de Luiz Carlos o matou por causa de uma dívida trabalhista de R$ 600 mil; e a de que o casal foi morto pois havia gravado imagens de um voo realizado às vésperas do crime sobre um aeroclube cuja entrada e saída de drogas já havia sido mencionada pela CPI do Narcotráfico.
Também na chegada ao Fórum, o perito criminal e assistente da defesa Ricardo Molina afirmou que a acusação sobre Gil Rugai nasceu de uma grande mentira. "O que a acusação tem são depoimentos contraditórios, mentirosos e sob coação. (...) Temos evidências sustentadas por contas telefônicas inquestionáveis. Toda essa acusação nasceu de uma grande mentira", disse.
Perguntas
Hoje, os advogados de defesa do réu, Thiago Anastácio e Marcelo Feller, e o promotor Rogério Leão Zagallo, responsável pela acusação, apresentam os seus argumentos sobre o que aconteceu na noite daquele domingo, sendo que cada parte poderá usar até duas horas e meia para expor suas versões - o tempo pode aumentar, caso necessário e autorizado pelo juiz Adilson Paukoski Simoni, presidente do júri.
Após os debates entre defesa e acusação, os juradores deverão responder a uma série de perguntas para demonstrar se consideram Gil Rugai inocente ou culpado. A assessoria do Fórum divulgou no início da sessão as questões que serão respondidas em uma cédula por cada um dos membros do júri e depois entregues para análise.
Primeiro, serão quatro perguntas quanto à morte de Luiz Carlos. Os jurados serão indagados se o empresário sofreu disparos de armas de fogo que lhe produziram os ferimentos descritos no laudo que provocaram a sua morte; se Gil Rugai, acompanhado de uma terceira pessoa desconhecida, desferiu esses disparos; se o jurado absolve o acusado e, por último, se o crime foi cometido por motivo torpe em razão de o acusado ter sido afastado da participação dos negócios da vítima, não se conformando com a situação. Em seguida, cada um dos membros dos júri terão que responder estas mesmas questões em relação à Alessandra.
Somente após a decisão do conselho de sentença é que o juiz que preside o júri deverá ler seu veredicto em público, absolvendo ou condenando o réu. Se condenado, ele pode cumprir até 30 anos de prisão.