Justiça corrige para 25 número de réus na 2ª fase do Carandiru
Um dos réus listados para julgamento nesta semana morreu, segundo informações do Tribunal de Justiça
O juiz Rodrigo Tellini de Aguirre Camargo, que preside a segunda etapa do júri do Massacre do Carandiru, informou nesta terça-feira que 25 policiais militares serão julgados pelas mortes do terceiro pavimento da penitenciária, e não 26. A mudança ocorre porque um dos réus listados para ir a julgamento morreu.
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Originalmente, 30 PMs foram acusados pelas mortes do terceiro pavimento. Desde o massacre, em 1992, três desses réus morreram e um foi interditado com problemas psicológicos. Dos 26 listados para o julgamento, três não haviam comparecido na segunda-feira - dois apresentaram atestado médico, enquanto um atestado de óbito foi juntado ao processo.
O processo do Carandiru foi separado em quatro julgamentos, divididos pelas ações policiais referentes a cada um dos quatro andares do Pavilhão 9. O episódio ficou conhecido como o maior massacre do sistema penitenciário brasileiro. No dia 2 de outubro de 1992, os policiais acusados entraram no Pavilhão 9 da Casa de Detenção para reprimir uma rebelião. A ação resultou em 111 detentos mortos e 87 feridos.
Relembre o caso
Em 2 de outubro de 1992, uma briga entre presos da Casa de Detenção de São Paulo - o Carandiru - deu início a um tumulto no Pavilhão 9, que culminou com a invasão da Polícia Militar e a morte de 111 detentos. Os policiais são acusados de disparar contra presos que estariam desarmados. A perícia constatou que vários deles receberam tiros pelas costas e na cabeça.
Entre as versões para o início da briga está a disputa por um varal ou pelo controle de drogas no presídio por dois grupos rivais. Ex-funcionários da Casa de Detenção afirmam que a situação ficou incontrolável e por isso a presença da PM se tornou imprescindível.
A defesa afirma que os policiais militares foram hostilizados e que os presos estavam armados. Já os detentos garantem que atiraram todas as armas brancas pela janela das celas assim que perceberam a invasão. Do total de mortos, 102 presos foram baleados e outros nove morreram em decorrência de ferimentos provocados por armas brancas. De acordo com o relatório da Polícia Militar, 22 policiais ficaram feridos.