Justiça manda soltar ativistas presos em protesto em SP
Decisão foi proferida pelo menos juiz que havia chamado Fábio Hideki Harano e Rafael Marques Lusvargh de "esquerda caviar"; soltura ocorre após laudo que mostrou que dupla não tinha artefatos explosivos em protesto
A Justiça de São Paulo determinou nesta quinta-feira a liberdade dos ativistas Fábio Hideki Harano e Rafael Marques Lusvargh, ativistas detidos durante um protesto contra a realização da Copa do Mundo. A decisão é assinada pelo juiz da 10ª Vara Criminal paulista, Marcelo Matias Pereira, que já lhes havia anteriormente indeferido o pedido de liberdade provisória.
Fábio e Rafael foram detidos sob a acusação de promover violência durante protesto, quando foram recolhidos junto a eles materiais supostamente explosivos. Esta semana, laudos de perícia da Polícia Militar e da Polícia Civil mostraram que, ao contrário do inicialmente indicado para aceitar a prisão preventiva de ambos, a dupla não havia levado artefatos explosivos para o protesto.
"No que concerne aos pedidos de revogação da prisão preventiva dos acusados, formulados pela defesa, é forçoso concluir que a acusação restou de sobremaneira fragilizada, na medida em que ficou demonstrado que os acusados não portavam qualquer artefato explosivo ou incendiário", escreveu o juiz.
Na última sexta-feira, 1º de agosto, o mesmo magistrado já havia indeferido o pedido de liberdade provisória para Fábio e Rafael. Na decisão, argumentou sobre a periculosidade dos ativistas, afirmando que pertencem ao grupo de "black blocs", atentam contra a democracia e são representantes da "esquerda caviar" - expressão usada para caracterizar rebeldes que protestam contra valores burgueses dos quais desfrutam.
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