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Polícia

Justiça nega reconhecimento de morte presumida de Amarildo

21 ago 2013 - 09h18
(atualizado às 09h18)
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O juiz Luiz Henrique Oliveira Marques, da 5ª Circunscrição do Registro Civil das Pessoas Naturais, negou o reconhecimento da morte presumida do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza. O morador da Rocinha está desaparecido desde o dia 14 de julho, depois de ser levado por policiais à sede da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da comunidade.

Segundo o juiz, não há justificativa para reconhecer o pedido. "Pelo que consta dos autos e das notícias amplamente divulgadas pela imprensa, o desaparecimento teria ocorrido quando Amarildo se encontrava em poder de agentes do Estado, o que, por si só, não geraria perigo de vida. Não foi noticiado qualquer confronto armado, perigo real que justifique a declaração de morte presumida do mesmo", diz o magistrado na decisão do dia 19 de agosto.

O advogado João Tancredo, que representa a família de Amarildo, disse que vai entrar ainda nesta quarta-feira com recurso no Tribunal de Justiça. Segundo ele, já se passaram 38 dias e o ajudante de pedreiro ainda não foi encontrado. "Ele (o juiz) considera que não se pode presumir que Amarildo esteja morto, porque estava nas mãos de agentes do Estado, mas não havia confronto ou tiroteio. Esse é exatamente o nosso argumento. A gente presume que ele sumiu na mão do Estado. Com outras provas e também em razão do tempo já decorrido, é certo que Amarildo não apareça", disse Tancredo.

O caso está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro, unidade da Polícia Civil responsável por investigar apenas casos de assassinato no Estado.

O desaparecimento de Amarildo
Amarildo sumiu no dia 14 de julho deste ano, após ser levado por policiais militares para a UPP, a fim de prestar esclarecimentos. O comandante da unidade, major Edson dos Santos, afirmou que o pedreiro deixou a base caminhando e depois não foi mais visto. O sumiço do pedreiro ganhou notoriedade depois de virar tema das manifestações de rua, no Rio e em outras capitais, com a frase "Cadê Amarildo?" estampada em faixas e cartazes.

Agência Brasil Agência Brasil
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