Justiça ouve nesta quarta acusados da morte de Bernardo
Pai e madrasta da criança estão no banco dos réus
A pequena Três Passos, no Norte do Rio Grande do Sul, vai reviver nesta quarta-feira um pesadelo que ainda não foi esquecido pela população. Os quatro acusados pela morte do menino Bernardo, morto aos onze anos após receber uma injeção contendo doses elevadas do anestésico Midazolan, estarão diante do juiz Marcos Luís Agostini, titular da 1ª Vara Judicial da Comarca, para prestarem esclarecimentos. Respondem pelo caso a madrasta de Bernardo, Graciele Ugulini, o pai, o médico Bernardo Boldrini, e os irmãos Edelvânia e Evandro Wirganovikz, amigos de Graciele.
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Os advogados de Edelvânia e de Graciela tiveram o pedido para que ambas não participassem da audiência negado nesta terça-feira (26) pela Justiça. De acordo com a decisão, mesmo servindo como elemento de autodefesa, “o depoimento dos acusados também também poderá servir como meio de prova”. Os quatro réus respondem presos ao caso desde a descoberta do crime, em abril de 2014.
Bernardo Uglione Boldrini desapareceu em 4 de abril de 2014 e foi encontrado dez dias depois, enterrado em uma cova rasa e coberto por soda cáustica e pedras na cidade vizinha de Frederico Westphalen. Os suspeitos foram descobertos após o depoimento de Edelvânia, que afirmou ter ajudado Graciele no crime. O pai de Bernardo foi indiciado na sequência por participação intelectual no assassinato e Evandro Wirganovikz por ter auxiliado a cavar a cova e encobrir o crime.
Outro crime relacionado
A família da mãe de Bernardo recentemente conseguiu na Justiça o direito de reabrir o inquérito referente a suposto suicídio de Odilaine Uglione. Ela morreu após sofrer um disparo na cabeça dentro do consultório do então marido, Leandro, ainda em 2011. Após contratar um perito particular, um novo laudo foi emitido e teria constatado que a carta deixada pela mãe de Bernardo teria sido escrita, na verdade, pela secretária de Boldrini à época. Além disso, o extrato bancário da conta conjunta de Odilaine e Leandro apontou saques no valor de R$ 55 mil dois dias antes do suposto suicídio.