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Polícia

Justiça recebe denúncia contra filho de Eduardo Coutinho

14 fev 2014 - 14h48
(atualizado às 14h50)
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A Justiça do Rio de Janeiro aceitou, na quinta-feira, denúncia apresentada pelo Ministério Público fluminense contra o filho do cineasta Eduardo Coutinho, 81 anos, Daniel Coutinho. O filho do documentarista é acusado de matar o pai a facadas e também de esfaquear a mãe, Maria das Dores Oliveira, no apartamento da família no último dia 2.

Daniel foi acusado pelo MP pela morte de Eduardo Coutinho e também pela tentativa de homicídio a Maria das Dores. “Com efeito, os elementos que instruem a denúncia trazem a prova da existência dos crimes descritos na peça vestibular, assim como indícios suficientes da autoria que é imputada ao acusado. Ademais, observa-se que os crimes noticiados na presente ação penal causaram grande comoção social, em razão da extrema brutalidade com que foram praticados e o fato de terem sido praticados contra os próprios pais, sendo certo que o acusado demonstra possuir um comportamento descontrolado e agressivo, circunstâncias que justificam a manutenção da prisão preventiva do réu, para a garantia da ordem pública”, afirmou o juiz Fabio Uchôa Pinto de Miranda Montenegro na decisão.

Cineasta foi morto dentro de sua casa
Eduardo Coutinho, considerado um dos principais documentaristas do Brasil, foi assassinado a facadas no domingo, dentro de casa, no bairro da Lagoa, zona sul do Rio Janeiro. A mulher do documentarista também foi ferida e encaminhada em estado grave para o hospital Miguel Couto. Na segunda-feira ela foi transferida para unidade particular.

De acordo com o delegado e diretor da Divisão de Homicídios, Rivaldo Barbosa, "o que aconteceu por volta das 11h é a expressão genuína da palavra tragédia. Filho atinge mortalmente seu pai a facadas o matando. Posteriormente a isso, se dirige à mãe e a atinge. Ela correu para um cômodo, provavelmente o banheiro, se trancou e acionou o outro filho pelo telefone", descreveu Barbosa.

O delegado ainda disse que Daniel, ensanguentado, bateu nas portas dos vizinhos e falou palavras desconexas: "libertei meu pai e tentei libertar minha mãe e eu. Tentando, me furei duas vezes e nada acontece". Depois, ele aguardou a chegada dos bombeiros no apartamento onde morava com os pais e abriu a porta voluntariamente.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, Maria foi esfaqueada duas vezes na região da mama, três no abdômen e sofreu também lesões no fígado. O filho do cineasta também foi encaminhado ao hospital Miguel Couto, com dois ferimentos provocados por faca na região abdominal. 

Coutinho era considerado um dos maiores documentaristas do Brasil. Entre outros filmes, ele é autor de Cabra Marcado para Morrer, Babilônia 2000, Jogo de Cena e Edifício Master. Entre as diversas premiações internacionais e nacionais que recebeu, o documentarista é vencedor do Kikito de Cristal, tido como a mais importante premiação do cinema nacional, pelo conjunto de sua obra.

Fonte: Terra
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