Mãe de garoto morto no Alemão: "por mim, não terá Olimpíada"
A mãe do garoto Eduardo, que morreu no Complexo do Alemão, no Rio de janeiro, Terezinha Maria de Jesus, está indignada com o resultado do inquérito da Polícia e informou nesta quarta-feira (4) que pedirá novas investigações. Para ela, a investigação está "mal feita" e só fortalece a impunidade.
Ontem, a Polícia do Rio divulgou resultado do inquérito da morte do garoto Eduardo, 10 anos, e inocentou os policiais. O laudo comprovou que o tiro que matou o menino veio da arma da PM. A distância era de cinco metros. No dia do crime, 2 de abril, Eduardo estava na porta de casa quando foi atingindo por um tiro de fuzil na cabeça.
Para o delegado Rivaldo Barbosa, da Divisão de Homicídios, os policiais agiram em "legítima defesa" já que respondiam à "injusta agressão" de traficantes da região de Areal, próximo a favela, o que revoltou a mão do garoto.
"Esse inquérito é um nojo, mal feito e vou pedir uma nova investigação. Eles serão punidos e a morte do meu filho não será em vão. Vou mover céus e terras. Eu prometi a meu filho que não ficará impune e não ficará”, desabafou Terezinha de Jesus, que falou por telefone.
Viajará com Anistia denunciando execuções
Terezinha, que após morte do filho voltou a morar no Piauí, está no Rio de Janeiro e cumprirá agenda cheia com a Anistia Internacional. A entidade a convidou para proferir palestras na Suíça, Holanda e Espanha para denunciar o caso do garoto Eduardo. Ele disse que ficará 18 dias fora do Brasil participando de palestras e atos contra o fim das execuções.
"Vou botar pra quebrar. Estou indignada com esse resultado do inquérito. Um deles vai ter que ir para cadeia, se não vão matar mais crianças. Vou viajar com a Anistia e se depender de mim, não haverá nem Olimpíada", disse Terezinha.
Ontem a Anistia Internacional divulgou nota repudiando o resultado do inquérito e classificou a investigação como uma "aberração".