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Polícia

Menina de 4 anos morre e é 5ª vítima de envenenamento no Piauí; suspeito do crime está preso

Criança estava internada desde o dia 3 de janeiro no Hospital de Urgência de Teresina

22 jan 2025 - 17h42
(atualizado às 19h40)
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Maria Gabriela morreu após comer arroz envenenado no dia 1º de janeiro; ela estava internada havia 20 dias
Maria Gabriela morreu após comer arroz envenenado no dia 1º de janeiro; ela estava internada havia 20 dias
Foto: Reprodução/TV Clube

Maria Gabriela Silva, de 4 anos, morreu na noite de terça-feira, 21, após ficar mais de 20 dias internada no Hospital de Urgência de Teresina (HUT). Ela é a 5ª vítima do envenenamento de um arroz com terbufós em Parnaíba, no litoral do Piauí.

Além da menina, morreram também a mãe dela, Francisca Maria Silva, de 33 anos, seus dois irmãos, Igno Davi Silva, de 1 ano e 8 meses, e Maria Lauane Fontenele, de 3, e seu tio Manoel Leandro Silva, de 18. Outros dois irmãos da criança já tinham morrido em outro episódio de envenenamento em agosto do ano passado. 

Maria Gabriela estava internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do HUT desde o dia 3 de janeiro. O suspeito do crime é o padrasto da sua mãe, Francisco de Assis Pereira da Costa, de 53 anos, que está preso temporariamente. Ele é casado com Maria dos Aflitos, de 52, mãe de Francisca Maria e avó de Maria Gabriela.

O caso ocorreu no dia 1º de janeiro, quando nove pessoas de uma mesma família comeram um baião de dois envenenado no almoço pós-virada do ano. O alimento estava contaminado com terbufós, um veneno agrícola altamente tóxico e usado como inseticida e nematicida (pragas de plantas). 

Com a prisão de Francisco Pereira de Assis, Lucélia Maria da Conceição Silva, de 52 anos, foi libertada. Vizinha da família, ela tinha sido presa injustamente e denunciada pelo Ministério Público do Piauí por duplo homicídio qualificado, em agosto de 2024. 

A mulher foi acusada de ter envenenado os dois filhos de Francisca Maria, irmãos de Maria Gabriela, que morreram em agosto do ano passado. Ela supostamente teria entregue aos meninos um saco com cajus que estariam envenenados.

Contudo, a perícia realizada neste mês constatou que as frutas não estavam contaminadas. Segundo Lucélia, ela não entregou os alimentos às crianças e nem sequer conhecia a família. 

Com a prisão de Francisco de Assis, a investigação do caso dos irmãos foi reaberta, e ele se tornou o principal suspeito. "Nunca mais eu dormi. Desde que isso aconteceu na minha vida, eu não consegui mais dormir direito. Um pesadelo que ainda hoje está na minha cabeça ainda", relatou Lucélia.

Entenda a cronologia do caso

Maria dos Aflitos, de 52 anos, morava com o marido Francisco de Assis Pereira da Costa, de 53. Na casa, moravam com eles os três filhos de Maria dos Aflitos: Manoel Leandro da Silva, uma adolescente de 17 anos e Francisca Maria.  Os filhos de Francisca Maria também residiam no local:  Igno Davi, Maria Lauane e Maria Gabriela. 

De acordo com a TV Clube, afiliada à Rede Globo no Piauí, a família preparou uma ceia na noite do dia 31 de dezembro para celebrar a chegada do novo ano. Os pratos eram carne, feijão tropeiro e baião de dois. Nenhum membro da família se sentiu mal após ingerir a ceia.

No dia 1º de janeiro, a família se reuniu para comer o que havia sobrado da refeição. No entanto, pela manhã, eles também ganharam peixes como parte de uma ação social promovida por um casal na região. Assim, a família fritou os peixes para acompanhar o que havia sobrado do Réveillon.

O delegado Abimael Silva, responsável pelo caso, afirmou que os membros da família só começaram a passar mal na tarde do dia 1º. Estavam na casa também Maria Jocilene, de 32 anos, e seu filho, de 11. A mulher é ex-nora de Maria dos Aflitos, mas não residia no local.

Maria dos Aflitos foi a única que não ingeriu os alimentos, pois estava dormindo no momento da refeição. Manoel Leandro e Igno Davi faleceram no dia 1º, horas depois de terem sido atendidos. Entre os dias 2 e 4 de janeiro, Maria Jocilene, seu filho de 11 anos, Francisco de Assis e a adolescente de 17 anos receberam alta.

No dia 5 de janeiro, o laudo pericial do Instituto de Medicina Legal (IML) revelou que o veneno estava no baião de dois. A partir daí, a Polícia Civil passou a investigar o caso como homicídio. Inicialmente, a suspeita era de que os peixes haviam sido envenenados, mas a perícia apontou que não.

Antônio Nunes, diretor do IML, informou que o veneno foi colocado em "abundância" em todo o baião de dois. Em 6 de janeiro, Maria Lauane faleceu, se tornando a 3ª vítima. Ela era filha de Francisca Maria Silva, que faleceu no dia 7 de janeiro.

Outro apontamento apurado pela TV Clube é que Francisca era mãe de João Miguel e Ulisses Gabriel, dois meninos que morreram envenenados em 2023, após comerem cajus contaminados com a mesma substância do baião de dois. 

O IML identificou a presença de "terbufós", um veneno agrícola altamento tóxico usado como inseticida e nematicida. A substância ataca o sistema nervoso central, e seus efeitos podem deixar sequelas neurológicas ou levar a morte.

Fonte: Redação Terra
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