Militantes do MST são assassinados na Paraíba, diz polícia
De acordo com membros do Movimento, bandidos entraram encapuzados no acampamento e metralharam a área onde jantavam os agricultores
Dois militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) foram assassinados neste sábado (8) em acampamento na cidade de Alhandra (PB), a cerca de 45 quilômetros de João Pessoa, segundo informações do grupo e da polícia. De acordo com o MST, os bandidos entraram encapuzados no acampamento e metralharam a área onde jantavam os agricultores.
A polícia em Alhandra confirmou as mortes e informou que dois policiais de João Pessoa foram enviados para ajudar na investigação. Neste domingo, eles ouviram testemunhas. Nenhum suspeito foi identificado ou preso, informou a polícia, e os corpos dos ativistas ainda estavam no acampamento.
Segundo o MST, os homens assassinados eram José Bernardo da Silva e Rodrigo Celestino, coordenadores do acampamento, "o que evidencia o caráter de crime para intimidar a luta pela terra", disse o grupo. O Movimento cobrou uma investigação rápida do crime e prisão dos assassinos e disse que o acampamento abriga 450 famílias, que produzem "numa terra que foi encontrada abandonada, totalmente improdutiva e que havia se tornado apenas um bambuzal". O proprietário, segundo o MST, é o grupo Santa Tereza.
Ainda de acordo com o MST, Silva era irmão de Odilon da Silva, membro do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e também assassinado na Paraíba, há nove anos.
Segundo a Comissão Pastoral da Terra, os assassinados relacionados a disputas de terra no Brasil somaram 70 no ano passado. A entidade afirmou em relatório divulgado em abril que o número é o mais alto desde 2003, quando 73 pessoas foram assassinadas em conflitos fundiários no País.
O presidente eleito, Jair Bolsonaro, já afirmou que considera o Movimento um grupo terrorista. Grupos como o MST temem que a posição de Bolsonaro sobre a questão possa estimular ainda mais violência em regiões rurais.
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