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Militantes do MST são assassinados na Paraíba, diz polícia

De acordo com membros do Movimento, bandidos entraram encapuzados no acampamento e metralharam a área onde jantavam os agricultores

9 dez 2018 - 13h47
(atualizado às 14h17)
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Dois militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) foram assassinados neste sábado (8) em acampamento na cidade de Alhandra (PB), a cerca de 45 quilômetros de João Pessoa, segundo informações do grupo e da polícia. De acordo com o MST, os bandidos entraram encapuzados no acampamento e metralharam a área onde jantavam os agricultores.

A polícia em Alhandra confirmou as mortes e informou que dois policiais de João Pessoa foram enviados para ajudar na investigação. Neste domingo, eles ouviram testemunhas. Nenhum suspeito foi identificado ou preso, informou a polícia, e os corpos dos ativistas ainda estavam no acampamento.

Protesto de integrantes do Movimento Sem Terra (MST) em favor do ex presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Brasília (DF), no dia 14/08/2018
Protesto de integrantes do Movimento Sem Terra (MST) em favor do ex presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Brasília (DF), no dia 14/08/2018
Foto: Gloria Tega / Futura Press

Segundo o MST, os homens assassinados eram José Bernardo da Silva e Rodrigo Celestino, coordenadores do acampamento, "o que evidencia o caráter de crime para intimidar a luta pela terra", disse o grupo. O Movimento cobrou uma investigação rápida do crime e prisão dos assassinos e disse que o acampamento abriga 450 famílias, que produzem "numa terra que foi encontrada abandonada, totalmente improdutiva e que havia se tornado apenas um bambuzal". O proprietário, segundo o MST, é o grupo Santa Tereza.

Ainda de acordo com o MST, Silva era irmão de Odilon da Silva, membro do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e também assassinado na Paraíba, há nove anos.

Segundo a Comissão Pastoral da Terra, os assassinados relacionados a disputas de terra no Brasil somaram 70 no ano passado. A entidade afirmou em relatório divulgado em abril que o número é o mais alto desde 2003, quando 73 pessoas foram assassinadas em conflitos fundiários no País.

O presidente eleito, Jair Bolsonaro, já afirmou que considera o Movimento um grupo terrorista. Grupos como o MST temem que a posição de Bolsonaro sobre a questão possa estimular ainda mais violência em regiões rurais.

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