Militar preso por operar drone lança-granadas para o CV tinha bunker em casa
Polícia encontrou abrigo subterrâneo na residência de Rian Maurício Tavares no Complexo da Penha
O militar da marinha Rian Maurício Tavares, preso na última segunda-feira, 16, tinha um bunker dentro de casa no Complexo da Penha, no Rio de Janeiro. Ele foi detido após uma investigação da Polícia Federal apontar que ele era responsável por operar drones lança-granadas para a facção Comando Vermelho (CV) e por passar informações privilegiadas aos traficantes.
Acompanhe a cobertura completa das Eleições 2024 no portal Terra e fique por dentro de todas as notícias.
A tática de operar drones para lançar granadas é uma imitação da estratégia usada pelo exército ucraniano. O Fantástico, da TV Globo. mostrou em reportagem que o abrigo subterrâneo estava equipado para que ele pudesse passar vários dias escondido no subsolo.
Além de ajudar a planejar ataques contra facções rivais, Rian também enviava áudios para orientar a fuga dos traficantes. No início do ano, ele "atrapalhou" a prisão do chefe do CV também com a ajuda dos drones. No material apreendido pela Polícia Federal, investigadores encontraram um vídeo do marinheiro mostrando o controle remoto do drone. Nas imagens, o rosto dele aparece no reflexo.
Em uma conversa interceptada pela polícia, Rian conta ao seu pai uma conversa que teve com o líder da facção e pede para que ele chame o advogado caso ele seja preso.
"Se der ruim alguma coisa, tu sai depois. Você vai continuar do mesmo jeito, eu vou continuar pagando o negócio pra tu, pode ficar tranquilo. O advogado já te dei. Então, pai, resumindo: deu alguma coisa, o senhor já pode procurar ele, entendeu? Mas não vai dar não, se Deus quiser. Vou continuar seguindo minha vida normal, tá? Valeu", diz.
O cabo da Marinha passou pelos cursos mais rigorosos da corporação e, mais recente, estava matriculado em um curso de aperfeiçoamento de tiro. Em nota, a Marinha do Brasil afirmou que está à disposição para contribuir com as investigações do ocorrido. Investigações da Polícia Federal revelam ainda que traficantes de várias facções já fazem o uso de drones lança-granadas.