Ministro da Justiça viaja até área de conflito indígena no MS
O Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo (PT), embarcou na madrugada desta quarta-feira para intervir no conflito entre indígenas e produtores rurais no município de Sidrolândia, no Mato Grosso do Sul, onde, na última quinta-feira, um índio foi morto durante uma operação, comandada pela Polícia Federal, para a desocupação de uma fazenda. Ontem, outro índio foi baleado em um confronto na região.
De acordo com a assessoria do ministério da Justiça, a chegada de Cardozo era prevista para 8h30, horário de Brasília (7h30 no horário local). Ontem, a Força Nacional de Segurança (FNS) anunciou o envio de contingente para o local a pedido do governo do Estado, André Puccinelli (PMDB).
Desde o último dia 15, índios terenas ocupam a Fazenda Buriti. A ordem de reintegração de posse a favor do proprietário foi prorrogada, mas o prazo para cumprimento vence na manhã de hoje. O governo, por meio da Advocacia-Geral da União, tenta mais prazo para negociar a saída dos indígenas da fazenda.
Ao todo, 110 homens da Força Nacional foram convocados para a missão. Além do envio da Força Nacional, Cardozo disse que o efetivo da Polícia Federal será ampliado no Estado em função do acirramento dos conflitos. “O governador Puccinelli pediu ao Ministério da Justiça a Força Nacional de Segurança, para que nós pudéssemos atuar na região de Sidrolândia tendo em vista a elevação do conflito hoje (terça-feira) à tarde. O pedido já chegou e nós deferimos.”
Amanhã, o governo vai receber os indígenas em uma reunião no Ministério da Justiça a fim de tentar negociar um acordo para desocupação pacífica da área. Em Mato Grosso do Sul, a Força Nacional de Segurança vai estar submetida ao comando da Polícia Militar e a da Secretaria de Segurança do Estado, segundo Cardozo.
Apesar do acirramento dos ânimos, Cardozo espera que os conflitos sejam resolvidos sem uso da violência. “O governo espera o entendimento, faz um apelo a todas a partes envolvidas no conflito, na linha de que ninguém vai conseguir satisfazer direito acirrando conflitos, usando violência, não é essa a forma. Não é a violência a forma de resolver o conflito. Fazemos um apelo às lideranças de todos os envolvidos de que façam uma pactuação, não caiam na violência”, disse.
Com informações da Agência Brasil