Motivação de Elize nunca foi dinheiro, diz defesa
O advogado Luciano Santoro, responsável pela defesa de Elize Matsunaga, 31 anos, afirmou que a motivação para o crime cometido pela sua cliente nunca foi o dinheiro. Ela começou a ser julgada na última segunda-feira pelo assassinato do marido Marcos Matsunaga, 42 anos, em maio de 2012. O empresário, um dos herdeiros do grupo Yoki, foi assassinado com um tiro e teve o corpo esquartejado. Elize é ré confessa do crime.
Na sua sustentação durante o debate, Santoro disse que não houve interesses financeiros no crime. À época, a empresa familiar estava em negociação com um grupo estrangeiro.
"A violência nem sempre é física. O casamento deles estava em um período difícil e ela reagiu a uma injusta agressão da vítima". Segundo a versão de Elize, o tiro se deu depois que ela foi agredida com um tapa no rosto, durante uma discussão conjugal.
O objetivo da defesa é afastar as qualificadoras do crime, que podem fazer com que uma eventual pena de Elize chegue aos 30 anos de prisão. Ela cumpre pena em regime fechado em Tremembé, no interior de São Paulo, há quatro anos e meio.
Pelo código penal brasileiro, o crime cometido pela ré pode levar a uma pena entre 12 e 30 anos de prisão. A pena mínima de seis anos se dá caso o júri constate que foi um homicídio simples, como quer a defesa. Já a acusação, incluiu três qualificadoras na denúncia: diz que ela agiu por motivo torpe (moralmente desprezível), no caso, por dinheiro, meio cruel e recursos que dificultaram a defesa da vítima.
A defesa também tentou afastar a possibilidade de crueldade no crime. Enquanto a acusação diz que Marcos foi decapitado ainda em vida, pois a vítima ainda respirava, a defesa diz que a causa do crime foi o tiro e não a asfixia por sangue.
A defesa sustentou a sua tese por uma hora e meia, até as 20h10. Agora, cada uma das partes terá mais uma hora cada para réplica e tréplica. Somente após o debate é que o conselho de sentença vai se reunir para definir o resultado do julgamento, o que deve acontecer somente no início da madrugada.
Elize foi ouvida durante mais de quatro horas entre a manhã e a tarde deste domingo. Em seu depoimento ela se disse arrependida pelo crime a afirma que se pudesse voltar no tempo o faria.
Ao responder ao juiz Adilson Paukoski e às perguntas de sua de defesa - ela se recusou a apresentar a sua versão ao Ministério Público -, Elize chorou em diversos momentos, sempre quando se referia à sua família e à filha do casal. Ela também pediu desculpas à mãe de Marcos pelo crime.