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Polícia

Motoboy confessa homicídio, mas nega estupro: 'Bianca não era meu tipo'

16 set 2013 - 22h35
(atualizado às 22h35)
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Amigos e familiares fizeram um protesto na frente do fórum pedindo justiça no caso
Foto: Marcos Bezerra / Futura Press

Em interrogatório de pouco mais de uma hora e meia no Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo, o motoboy Sandro Dota confessou, nesta segunda-feira, ter matado a universitária Bianca Consoli, sua cunhada, no dia 13 de setembro de 2011. Ele já havia admitido o crime em uma entrevista pela televisão e por meio de uma carta escrita quando já estava preso, mas voltou a negar que estuprou a jovem. Dota está preso na penitenciária do Tremembé desde dezembro de 2011.

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A acusação tenta provar que o motoboy abusou sexualmente de Bianca por meio de laudos periciais, que comprovam que a jovem foi agredida, asfixiada e violentada. O estupro agravaria ainda mais a pena de Sandro. De acordo com a acusação, caso o júri popular entenda que houve estupro, a pena poderia chegar a 42 anos. Porém, sem o abuso sexual, o tempo de prisão cairia para cerca de 30 anos.

“Não concordo com os dois crimes. É complicado porque primeiro falam que ela (Bianca) lutaria até a morte para não ser violentada. Eu não violentei a Bianca Consoli e não tinha atração nenhuma por ela. Estou pagando pelo meu erro e quero pagar pelo meu erro. Posso ser abandonado por todos porque o importante é estar bem com Deus”, afirmou Sandro, que chorou em poucos momentos do interrogatório.

O julgamento de Sandro Dota começou no início da tarde desta segunda-feira. Desde às 12h, oito testemunhas foram ouvidas, entre peritos e familiares de Bianca.

Ao explicar o que aconteceu no dia do crime, Sandro afirmou que foi até a casa de Bianca tirar satisfação sobre uma suposta agressão da cunhada a seu enteado, filho de sua então mulher, Daiana. Além disso, o motoboy afirmou que era humilhado por Bianca, que o xingava de vagabundo. “Venho sofrendo disso há muito tempo. Sofri rejeição não só da Bianca, mas de toda família. Sabia que as pessoas não gostavam de mim porque a Daiana me falava. Aquela situação vinha me constrangendo há muito tempo”, justificou Sandro.

O motoboy contou que resolveu então conversar com Bianca e pulou o muro para entrar na casa localizada na zona leste de São Paulo. “Cheguei e chamei por ela, fui até a sala e ela não atendeu. Subi as escadas e percebi que ela estava no telefone. Quando ela terminou eu empurrei a porta, ela se assustou e perguntou o que eu estava fazendo lá. Disse que não admitia que ela relasse um dedo no Danilo (enteado) e nem que me chamasse de vagabundo”, contou Sandro.

Depois disso, o motoboy afirmou que Bianca tentou fugir e acabou esbarrando em seu rosto. “Ela veio para cima de mim, dei um murro nela e falei pra gente parar por ali. Ela saiu correndo, e não queria que ela saísse na rua, porque eu poderia ser linchado. Ela me arranhou, eu empurrei ela novamente, ela bateu na estante, correu para a porta, agarrei ela pelo pescoço e ela caiu em cima de mim. Quando percebi, ela estava mudando de cor e começou a agonizar. Entrei em desespero. Fui na cozinha, pensei que ia perder tudo, que ia ser preso. Tinha pavor de cadeia. Vi a sacola e coloquei na boca dela, pensando que se ela morresse ninguém poderia saber que havia sido eu. Tudo isso por medo de perder a Daiana.”

Durante o interrogatório, os familiares de Bianca preferiram deixar o plenário para não ouvir as justificativas de Sandro. Ele afirmou que, ao ser preso, em dezembro de 2011, negou o crime por medo de perder a mulher Daiana e decepcionar seus familiares. “Mas agora estou falando a verdade. Muitas pessoas que falaram aqui mentiram. Eu tirei a vida da Bianca, pra chegar aqui conversei com a psicóloga da prisão. Ela disse que eu tinha que falar a verdade para minha mente”, disse Sandro.

Após as perguntas da juíza, foi a vez do assistente de acusação Cristiano Medina questionar o réu. Porém, Sandro preferiu não responder nenhuma pergunta feita naquele momento e se restringiu a falar: “prefiro ficar em silêncio”.

Em seguida foi a vez do advogado de defesa Mauro Nacif perguntar ao seu cliente. Sandro voltou a negar que tenha estuprado Bianca. De acordo com o laudo, havia uma fissura no ânus de Bianca e os peritos disseram que um “agente contundente” foi introduzido na vítima. Porém, o motoboy nega o crime.

“Sempre tive namoradas loiras. Ela não era meu tipo. Jamais violentaria alguém. Minha mãe me ensinou que mulher se trata com carinho. Jamais faria isso com a Bianca. Infelizmente perdi minha cabeça. Foi um acidente, e aconteceu uma tragédia, um assassinato. Se os jurados entenderem que houve estupro, vou pagar por isso sem preocupação. Mas sou inocente em relação a isso”, afirmou.

O assassinato
A universitária Bianca Consoli, 19 anos, foi encontrada morta no dia 13 de março de 2011 no bairro de Parque São Rafael, zona leste da capital paulista. O cunhado dela, o motoboy Sandro Dota, foi preso após um exame de DNA revelar que o material genético encontrado sob as unhas da vítima era compatível com o encontrado na calça do suspeito, usada no dia do crime.

Em agosto passado, por meio de uma carta, escrita no presídio de Tremembé (interior de São Paulo), local em que aguarda o julgamento, Dota confessou ter matado a cunhada, mas nega as acusações de estupro contra a jovem.

Fonte: Terra
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