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Polícia

MP aponta que delator foi morto por vingança do PCC e interesses econômicos de PMs

Três policiais militares já estão presos pelo crime; outros três suspeitos, incluindo os apontados como mandantes, continuam foragidos

17 mar 2025 - 13h42
(atualizado às 14h12)
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Resumo
Vinícius Gritzbach, delator do PCC, foi assassinado em 2024 no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. A denúncia do Ministério Público aponta represália da facção e envolvimento de policiais militares.
Antônio Vinícius Lopes Gritzbach foi morto no Aeroporto de Guarulhos (SP)
Antônio Vinícius Lopes Gritzbach foi morto no Aeroporto de Guarulhos (SP)
Foto: Reprodução/TV Record

A motivação do assassinato de Vinícius Gritzbach, delator do Primeiro Comando da Capital (PCC), segundo o Ministério Público de São Paulo (MPSP), teria sido uma represália por parte da facção criminosa e o interesse econômico de policiais militares. A informação foi divulgada pelos promotores Vania Caceres Stefanoni e Rodrigo Merli Antunes durante uma coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira, 17, para apresentar detalhes da denúncia contra os seis acusados pela morte do empresário.

O crime ocorreu em 8 de novembro de 2024, no Terminal 2 do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. A denúncia do MP contra os seis acusados inclui dois homicídios consumados: o de Gritzbach e o de Celso Araújo Sampaio de Novais, motorista de aplicativo que trabalhava no local no momento do crime. Além disso, os suspeitos foram denunciados por duas tentativas de homicídio contra vítimas que ficaram feridas. 

Dos seis denunciados, três são policiais militares apontados como participantes diretos da execução e que já se encontram presos. Eles são: o cabo Denis Martins, o soldado Ruan Rodrigues e o tenente Fernando Genauro. Os dois primeiros são acusados de terem usado fuzis para matar Gritzbach. Já o terceiro é acusado de auxiliar os outros dois no crime, além de tê-los levado de carro até o local e colaborado na fuga.

Outros três indiciados estão foragidos:

  • Emílio Carlos Gongorra, conhecido como Cigarreira;
  • Diego Amaral, o Didi;
  • Kauê Amaral.

Emílio e Diego são apontados como os mandantes do assassinato. Kauê, por sua vez, teria atuado como olheiro no aeroporto, informando aos executores a localização do delator do PCC.

Indiciados pela Polícia Civil e denunciados pelo MP pelo assassinato de delator do PCC
Indiciados pela Polícia Civil e denunciados pelo MP pelo assassinato de delator do PCC
Foto: Reprodução/TV Globo

Denúncia do MP

Em sua denúncia, o Ministério Público também apontou que os acusados participaram dos homicídios e das tentativas de homicídio com os seguintes agravantes: motivo torpe, meio cruel, emboscada e uso de arma de fogo de uso restrito.

Segundo os promotores, os suspeitos pela morte de Gritzbach também aceitaram o risco de causar mortes e ferimentos a outras pessoas ao efetuarem disparos na área de desembarque do aeroporto.

"Para nós, quem age dessa maneira, com esse tipo de armamento, no local onde foram executados os crimes, no maior aeroporto da América Latina, com mais de 100 mil pessoas circulando todos os dias, evidentemente assumiu o risco de matar outras pessoas", afirmou o promotor Rodrigo Merli.

A promotora Vania Caceres acrescentou que as investigações sobre o caso ainda estão em andamento e que há outros possíveis suspeitos de envolvimento no crime. Segundo os promotores, a denúncia precisa ser formalizada agora para cumprir o prazo legal de 60 dias e garantir que os policiais já presos permaneçam detidos.

"Existem outros núcleos a serem investigados nesse caso. Essa denúncia fecha um ciclo, porque, dessas seis pessoas aqui denunciadas, nós temos convicção da autoria e participação delas no delito. Mas as investigações vão prosseguir em autos apartados, e outros partícipes terão suas condutas investigadas, sendo objeto de outro inquérito policial", destacou Vania.

Segundo os promotores, ainda não é possível determinar os valores pagos pelo assassinato do delator, mas ficou comprovado que os suspeitos utilizaram transações em criptomoedas para dificultar o rastreamento. A pena para eles pode chegar a mais de 100 anos de reclusão.

"A nossa preocupação não é só na área criminal. Claro que nós somos promotores de justiça criminais, atuamos no tribunal do júri, mas, além da pena — se não no máximo, próximo ao máximo para cada um deles —, a nossa preocupação, já na denúncia, foi também com o dano moral coletivo, dano social e indenização por força disso. Não só a indenização mínima civil para as vítimas sobreviventes e para os parentes dos executados: há pedido na denúncia também de indenização por dano moral coletivo e dano social, no valor de um milhão de reais; para as vítimas sobreviventes, pelo menos 20 mil reais; e para as famílias enlutadas, pelo menos 100 mil reais", afirmou o promotor Rodrigo.

Fonte: Redação Terra
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