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Polícia

MPF e PF buscam documentos da ditadura na casa de coronel

29 abr 2014 - 15h12
(atualizado às 15h33)
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O coronel reformado Paulo Malhães foi assassinado em sua residência, na zona rural de Nova Iguaçu, RJ, nesta sexta-feira
O coronel reformado Paulo Malhães foi assassinado em sua residência, na zona rural de Nova Iguaçu, RJ, nesta sexta-feira
Foto: Jadson Marques / Futura Press

Agentes do Ministério Público Federal (MPF) no Rio de Janeiro e da Polícia Federal (PF) fizeram buscas na casa do coronel-reformado do Exército Paulo Malhães, que morreu na última quinta-feira. A ação ocorreu nesta segunda-feira no sítio onde o coronel vivia, localizado em Nova Iguaçu, Baixada Fluminense.

O objetivo foi apreender documentos e provas que possam auxiliar na elucidação de crimes cometidos durante a Ditadura Militar. Um mês antes de morrer, o coronel prestou depoimento à Comissão Nacional da Verdade (CNV) e relatou práticas adotadas pelos gentes do Centro de Informação do Exército (CIE). Eles mutilavam corpos de vítimas da repressão na Casa da Morte (Petrópolis) arrancando arcadas dentárias e pontas dos dedos para impedir sua identificação.

Durante as buscas foram apreendidas três CPUs, mídias digitais, agendas e documentos do período da ditadura, inclusive relatórios de missões nas quais Malhães participou. 

Paulo Malhães foi ex-agente do Centro de Informações do Exército nos anos 70. Ele era investigado pelos procuradores da República que integram o GT Justiça de Transição do MPF/RJ por confessar participação em desaparecimentos e mortes de opositores do regime.

Em dezembro de 2013 e março de 2014, o MPF tentou intimá-lo a prestar depoimento, mas ele se recusou a receber a intimação. A recusa ocorreu antes de Malhães ser ouvido pela CNV.

Em novembro de 2012, a família do coronel assassinado Júlio Molinas Dias entregou às autoridades documentos públicos produzidos pela repressão política ditatorial que estavam em poder do morto. Dentre os documentos entregues, havia provas da participação de Molinas e outros militares no atentado à bomba no Riocentro, crime denunciado pelo MPF à Justiça em fevereiro último. 

Fonte: Terra
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