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Polícia

MT: irmãos do ministro Neri Geller e mais 32 já estão soltos

TRF determinou a soltura dos irmãos do ministro entendendo que eles não representam ameaça ao curso das investigações

5 dez 2014 - 09h50
(atualizado às 09h55)
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Ministro Neri Geller chegou a chorar, usando a tribuna durante uma reunião da Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, negando envolvimento com o esquema
Ministro Neri Geller chegou a chorar, usando a tribuna durante uma reunião da Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, negando envolvimento com o esquema
Foto: Antônio Augusto / Câmara dos Deputados

Os 34 presos pela Polícia Federal, na semana passada durante a primeira etapa da Operação Terra Prometida, já conseguiram habeas corpus, entre eles os irmãos do ministro Neri Geller, Odair e Milton.

“Eles foram soltos na noite desta quinta-feira, às 22 horas, meus clientes já estão em casa, em liberdade”, confirmou o advogado deles Murilo Silva Freire, que os acompanhou na saída do Centro de Custódia de Cuiabá.

O Tribunal Regional Federal (TRF) determinou a soltura dos irmãos Geller, mediante o argumento do advogado, de que soltos não representariam ameaça ao curso das investigações.

Eles foram presos no dia 27 de novembro, uma quinta-feira. No sábado (29), o advogado Freire tentou, no plantão da Justiça Federal, revogar as prisões, mas teve decisão contrária.

Os Geller são suspeitos de participarem de uma organização criminosa que, conforme apurou a Polícia Federal, desde 1997, vem tomando posse ilegalmente de lotes da União, no Assentamento Itanhangá, no norte de Mato Grosso. As terras acumuladas por esta organização valeriam juntas algo em torno de R$ 1 bilhão.

Nessas terras, que seriam destinadas a reforma agrária, ainda conforme a Polícia Federal, fazendeiros milionários do agronegócio cultivam principalmente soja. Alguns deles usam o nome de terceiros, para explorar a área. Vários parentes dos Geller foram apontados “laranjas”.

Na quarta-feira desta semana, o ministro usou a tribuna durante uma reunião da Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, para engar qualquer envolvimento com o escândalo do agronegócio. Chegou a chorar assegurando que nunca teve lote no Assentamento Itanhangá, como consta no despacho do juiz Fábio Fiorenza, que pediu as prisões na primeira etapa da Operação Terra Prometida.

Ao surgir o nome do ministro no caso, o juiz Fábio Fiorenza, enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) o declínio de competência quanto a Neri Geller, dois prefeitos e dois deputados estaduais, também citados. O juiz explicou que eles têm foro privilegiado e por isso toda matéria corrente contra eles deve tramitar no STF.

Conforme apurou o Terra, o STF encaminhou à Procuradoria Geral da República (PGR) um pedido de parecer sobre o caso, que ainda está na PGR. O parecer vai indicar ao STF que determine ou não a investigação dos citados que têm foro privilegiado. Por enquanto, nenhum deles pode ser considerado alvo da operação.

Fonte: Especial para Terra
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