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Polícia

‘Muita coisa ainda seria revelada pelo Vinícius’, diz promotor sobre morte de delator do PCC

Lincoln Gakiya, do Ministério Público de São Paulo, garantiu que o que já foi revelado seguirá sendo usado

13 nov 2024 - 16h57
(atualizado às 18h21)
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O Promotor de Justiça Lincoln Gakiya fala sobre a morte de Antônio Vinícius Lopes Gritzbach
O Promotor de Justiça Lincoln Gakiya fala sobre a morte de Antônio Vinícius Lopes Gritzbach
Foto: Reprodução/Globo News

O Promotor de Justiça Lincoln Gakiya, do Ministério Público de São Paulo (MPSP) admitiu o prejuízo causado pela morte de Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, delator ligado ao PCC, no Aeroporto de Guarulhos, às investigações. 

“Os prejuízos são enormes. O Vinícius tem praticamente uma década de envolvimento com lavagem dinheiro e com crime organizado. Ele estava em um processo de delação por etapas, estava nos entregando vários desses criminosos. Agora, muita coisa ainda estava por ser revelada pelo Vinícius”, disse o oficial em entrevista ao programa Estúdio i, da Globo News,

De acordo com documento obtido pelo jornal Estado de S. Paulo, Gritzbach mencionou o Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) e o Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC), além do 24º DP (Ermelino Matarazzo) e do 30º DP (Tatuapé), em sua delação.

O conteúdo das declarações envolvia crimes de concussão (extorsão cometida por agentes públicos), corrupção passiva e associação criminosa cometidos por policiais.

Gakiya, no entanto, garantiu que o que já foi revelado seguirá sendo usado com “plena validade” pelo Ministério Público.

Falha de segurança

Ainda segundo Gakiya, houve uma falha por parte dos policiais que faziam a segurança particular de Gritzbach. O promotor também destacou que o delator, provavelmente, estava sendo acompanhado desde o desembarque.

“Não é fácil chegar com aquele carro na hora exata em que Vinícius estava atravessando a rua. Então, certamente ele já vinha sendo acompanhado lá de dentro. Que houve falha por parte da segurança dele, não tenho sombra de dúvidas”, explicou.

Outro ponto que despertou estranheza do promotor foi a presença de policiais militares fazendo a segurança de Gritzbach. Apesar de ‘bicos’ serem comuns na profissão, ele explicou que não é algo habitual para pessoas ligadas ao crime organizado.

“Nós sabemos que alguns policiais fazem bicos para complementar o salário, isso não é uma matéria que seja estranha para nós. Por outro lado, não é usual os policiais acertarem fazer bico para um criminoso envolvido com o PCC, por exemplo. Isso me causou estranheza”, ressaltou.

Mesmo com esse motivo de “estranheza”, o promotor voltou a apontar uma possível falha na segurança do homem assassinado.

“Agora, de fato, se eram policiais fazendo essa segurança sabendo do nível de risco que o Vinícius possuía, eles tinham que estar lá previamente para acompanhar. Se o carro tivesse quebrado, como de fato eles alegaram, ou vão com outro meio de transporte, ou o Vinícius não sai do aeroporto. Me parece que houve uma certa negligência por parte dessa segurança particular. O segurança que o acompanhou, um PM, correu na hora dos tiros, não esboçou nenhuma reação. Isso causou estranheza”, completou.

Força-tarefa

A Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo instituiu, na segunda-feira, 11, uma força-tarefa para investigar a execução do delator do PCC Antonio Vinicius Lopes Gritzbach. As informações foram repassadas pelo secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, durante entrevista coletiva na sede da SSP, na tarde desta segunda.

Segundo Derrite, o objetivo do grupo é cooperar diretamente com o Ministério Público e atuar para dar uma resposta rápida sobre o crime. O chefe da pasta informou que o grupo atuará sob coordenação do secretário executivo de Segurança Pública, Osvaldo Nico Gonçalves.

Derrite informou, também, que a ação contará com a colaboração da Polícia Federal para a elaboração do inquérito. Para a força-tarefa, foi assinada a resolução SSP 64/2024.

O decreto prevê que o grupo deverá responder pelo “compartilhamento de informações necessárias ao cumprimento de suas atribuições e, caso necessário, colaborando de forma complementar com autoridades federais, sem prejuízo da condução principal das investigações pelo Estado”.

A força-tarefa também fica incumbida de “informar periodicamente o secretário da Segurança Pública sobre a evolução dos trabalhos, com relatórios apresentados semanalmente e sempre que o avanço das investigações demandar atualização imediata”.

"O objetivo é, de fato, identificar, qualificar e prender esses criminosos que cometeram esse assassinato contra esse indivíduo, que foi investigado em outros inquéritos e era réu em um duplo homicídio", informou Derrite à imprensa.

Fonte: Redação Terra
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