Operação da PF combate desvio de R$ 9 milhões da Caixa
A Polícia Federal faz nesta quinta-feira uma ação para combater fraudes bancárias cometidas por duas organizações criminosas que causaram prejuízo superior a R$ 9 milhões à Caixa Econômica Federal. A Operação Cártula é resultado de um método inédito de investigação e cumpre 52 mandados judiciais: 10 de prisão preventiva, 11 de busca e apreensão, 31 de condução coercitiva (quando a pessoa é obrigada a ir até a delegacia depor), além do sequestro de imóvel, veículos e contas bancárias.
Os grupos criminosos atuavam em seis Estados - São Paulo, Ceará, Piauí, Maranhão, Alagoas e Paraíba) - e no Distrito Federal. De acordo com a PF, os líderes possuem antecedentes como homicídios, latrocínios e assalto a mão armada. Um deles pertenceu a um bando que assassinava policiais em Fortaleza (CE) e, atualmente, age também no tráfico de drogas na região.
As investigações mostraram que as organizações usavam documentos falsos para a abertura de contas bancárias na Caixa Econômica Federal ou cooptavam titulares de contas bancárias existentes para que permitissem o uso das mesmas no esquema ilegal. A fraude consistia na obtenção de folhas de cheques originais. Em seguida, os criminosos inseriam dados falsos com alteração da numeração. Para a compensação dos cheques fraudados, eles faziam uso das contas abertas irregularmente ou através das contas bancárias dos terceiros cooptados, que as cediam mediante pagamento em dinheiro.
Para descobrir o golpe, a Polícia Federal usou pela primeira vez um sistema nacional de bancos de dados. A novidade foi criada para cruzar informações bancárias que verificou a incidência de crimes de estelionato e lavagem de dinheiro na modalidade clonagem de cheques.
Além das fraudes bancárias, as investigações revelaram que as quadrilhas agiam com violência e grave ameaça para manter o domínio e controle de suas atividades. O nome da operação se refere ao título de crédito ou cheque, usado para a prática criminosa da organização.