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Polícia

Operação mira 'Povo de Israel', facção com 18 mil detentos que aplica golpe do falso sequestro

Em dois anos, criminosos movimentaram R$ 70 milhões aplicando golpes dentro de presídios

22 out 2024 - 09h41
(atualizado às 10h16)
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Celulares foram apreendidos durante operação dentro de presídios no Rio de Janeiro
Celulares foram apreendidos durante operação dentro de presídios no Rio de Janeiro
Foto: Reprodução

A Polícia Civil do Rio de Janeiro iniciou a Operação 13 Aldeias, que tem como alvo uma organização criminosa que atua dentro de presídios para aplicar golpes por telefone, comunicando falsos sequestros às vítimas. Entre janeiro de 2022 e maio deste ano, o grupo movimentou quase R$ 70 milhões apenas com os golpes.

De acordo com a investigação, a quadrilha, chamada Povo de Israel (PVI), começou há 20 anos, e hoje tem 18 mil integrantes, que são pessoas encarceradas em 13 unidades prisionais. As prisões são dominadas pela facção e chamadas de "aldeias".  O volume equivale a 42% do efetivo prisional. As informações são da TV Globo, e foram confirmadas ao Terra pela Polícia Civil.

Chefes do PVI já presos são alvos da operação nesta terça-feira, 22. São eles: Marcelo Oliveira, o Tomate; Avelino Gonçalves, o Alvinho; Ricardo Martins, o Da Lua; e Jailson Barbosa, o Nem.

Eles aplicam os golpes do falso sequestro e da falsa taxa. Dentro de uma cela, o preso liga para números de telefone aleatórios e finge ser um parente feito refém. Quando a pessoa que atende morde a isca, outro detento assume a ligação e passa a exigir um valor pelo resgate.

No golpe da falsa taxa, os presos ligam para estabelecimentos comerciais e se passam por traficantes da região. Eles dizem que há dívidas e ameaçam o lojista, com supostas retaliações.

Operação policial

A Delegacia Antissequestro (DAS), com o apoio do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e da Subsecretaria de Inteligência da Administração Penitenciária, cumpre 44 mandados de busca e apreensão. Entre os alvos estão cinco policiais penais suspeitos de ajudar os criminosos.

Os agentes cumprem diligências em Copacabana e Irajá, na capital fluminense, e nos municípios de São Gonçalo, Maricá, Rio das Ostras, Búzios e São João da Barra, além do Espírito Santo. A Polícia Penal também efetua ações nos presídios.

Uma joalheria que é alvo da operação, na Zona Sul, seria um local de lavagem de dinheiro das extorsões.

Sobre a facção

A facção criminosa Povo de Israel foi fundada em 2004 por criminosos renegados por outras organizações, como estupradores e pedófilos. Com celulares que entram ilegalmente nos presídios, eles criaram uma indústria de golpes e extorsões.

Segundo a Polícia Civil, 1.663 pessoas físicas e 201 pessoas jurídicas foram utilizadas para fazer circular o dinheiro.

Fonte: Redação Terra
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