Órgãos com HIV: diretoria da Fundação Saúde renuncia após 6 pacientes contaminados
A renúncia foi aceita pelo governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro
Dez dias após ser revelado o caso dos transplantes de órgãos infectados por HIV, a diretoria da Fundação Saúde, empresa pública do governo do Rio de Janeiro, responsável pelo contrato com o PCS Lab Saleme, renunciou nesta segunda-feira, 21. A renúncia foi aceita pelo governador do Estado, Cláudio Castro (PL).
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Em nota ao Terra, a governadoria, por meio da Secom (Secretaria de Comunicação), informou que a renúncia foi apresentada ainda pela manhã e que a medida amplia a transparência, embora não tenha detalhado quais cargos foram exonerados.
“O governador Cláudio Castro aceitou a renúncia da diretoria da Fundação Saúde, apresentada na manhã desta segunda-feira. A medida amplia a transparência e assegura que não haja interferências nas apurações já determinadas pelo governo do Estado”, disse em nota.
Ao ser questionada sobre quais seriam os próximos passos, o órgão afirmou que, em breve, uma nova diretoria será anunciada e que a Secretaria de Estado de Saúde está empenhada em preservar a prestação dos serviços à população.
Entenda o caso
Seis pacientes foram contaminados com HIV após receberem órgãos infectados com o vírus no Rio de Janeiro. A notícia foi inicialmente dada pela BandNews FM, na última sexta-feira, 11, e confirmada pela Secretaria da Saúde do Rio ao Terra. O caso é investigado pela Polícia Civil do Estado, pelo Ministério Público do Rio (MPRJ) e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
"A Secretaria de Estado de Saúde (SES) considera o caso inadmissível. Uma comissão multidisciplinar foi criada para acolher os pacientes afetados e, imediatamente, foram tomadas medidas para garantir a segurança dos transplantados", disse a secretaria em nota oficial.
A pasta destacou que o caso é "sem precedentes". Desde que o serviço de transplantes do Estado começou, em 2006, mais de 16 mil pessoas foram beneficiadas. "Uma sindicância foi instaurada para identificar e punir os responsáveis", detalhou o comunicado.
Segundo o governo fluminense, o erro ocorreu em exames de sangue realizados pelo laboratório privado PCS Lab Salem, localizado em Nova Iguaçu. O laboratório foi contratado emergencialmente em dezembro de 2023 pela SES.