PA: barco à deriva com corpos em decomposição é levado para perícia; veja o que se sabe
Embarcação foi encontrada à deriva no litoral do Pará no último sábado, 13; embarcação foi rebocada até a costa para perícia
A Polícia Federal encerrou a operação de buscas e resgate do barco onde foram encontrados corpos em decomposição, no litoral do Pará, e iniciou análise para identificar vítimas, local de origem e a causa de morte.
A Polícia Federal (PF) encerrou a operação de buscas e resgate do barco onde foram achados corpos em decomposição no litoral do Pará e iniciou, nesta segunda-feira, 15, a análise da embarcação. A perícia busca revelar, agora, a identidade das vítimas, quantas eram e seus locais de origem.
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O barco, encontrado a 20 km da costa, foi rebocado por equipes da PF, Corpo de Bombeiros e da Marinha do Brasil até o porto de Bragança, cidade do nordeste paraense que fica a pouco mais de 200 km da capital Belém. De lá, a embarcação foi levada de caminhão até o Instituto Médico Legal (IML) do município.
Veja o que se sabe o que falta saber sobre o caso:
- Pescadores encontraram, na tarde de sábado, 13, um barco à deriva, com corpos em decomposição, na região da Baía do Maiaú, próximo à Ilha de Canelas. A embarcação, de 15 metros de comprimento por 2 de largura, não possuia identificação;
- O barco foi rebocado por 20 km até o porto de Bragança. O trabalho foi acompanhado por aeronaves e durou aproximadamente 16 horas. A maré baixa dificultou o trabalho e exigiu cautela das equipes;
- Informações preliminares davam conta de que ao menos 20 corpos foram contabilizados no barco, mas a PF informou que ainda não é possível determinar o número de vítimas;
- Uma das hipóteses levantadas é de que os corpos sejam de pessoas que tentavam a imigração pelo mar. Peritos criminais e papilocopistas federais seguem o protocolo internacional de Identificação de Vítimas de Desastres (DVI, em inglês), usado pela Interpol;
- Os policiais trabalham, também, para identificar as possíveis causas de morte, como afogamento, fome ou doenças, além da data do falecimento das vítimas;
- O Ministério Público Federal (MPF) também investiga o caso no âmbito criminal e cível, que além de apurar eventuais crimes cometidos e responsáveis, investiga questões de 'interesse público e proteção de direitos que não necessariamente envolvem crimes'.
Identificação das vítimas
Segundo a PF, os protocolos usados na identificação dos corpos é o mesmo utilizado durante as buscas após a tragédia de Brumadinho (MG), em 2019. A proposta é que, mesmo com o estágio avançado de decomposição, os peritos possam coletar amostras de DNA, características físicas, impressões digitais e objetos pessoais, entre outros elementos, para identificar precisamente as vítimas.
O processo é dividido em quatro etapas, que seguem o levantamento de informações sobre as vítimas anteriores ao desastre, dados obtidos com amostras dos corpos das vítimas, monitoramento do local do desastre e comparação de informações.
O trabalho permite, ainda, que as autoridades possam devolver os corpos às respectivas famílias após o trabalho pericial, que tem previsão para acontecer até terça-feira, 16, segundo a PF.