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Polícia

PCC chega a pagar 1 ano de salário por mala com drogas despachada em aeroporto, diz site

PF apurou que PCC pagava cerca de R$ 30 mil a funcionários de Aeroporto de Guarulhos por cada mala despachada com drogas a Europa

12 abr 2023 - 13h55
(atualizado às 14h32)
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Imagens de câmeras de monitoramento exibidas pela TV Globo flagraram o momento em que dois funcionários do aeroporto trocaram as etiquetas das malas de duas brasileiras
Imagens de câmeras de monitoramento exibidas pela TV Globo flagraram o momento em que dois funcionários do aeroporto trocaram as etiquetas das malas de duas brasileiras
Foto: Reprodução/TV Globo

O Primeiro Comando da Capital (PCC) pagava uma média de R$ 30 mil aos funcionários da área restrita do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, por cada bagagem com cocaína que era despachada para a Europa. A informação foi revelada pela Polícia Federal ao Metrópoles. A quantia equivale a mais de um ano do salário dos envolvidos.

Segundo reportagem do Metrópoles, os valores foram apurados pela PF durante investigação sobre uma modalidade utilizada pelo tráfico para enviar droga para outros países: troca de etiquetas de malas. O esquema ganhou repercussão após duas brasileiras terem sido presas na Alemanha, depois que suas bagagens foram trocadas por malas com cocaína.

A polícia alemã prendeu as vítimas por tráfico de drogas internacional, no dia 5 de março. Depois de mais de um mês detidas, as brasileiras foram soltas apenas nesta terça-feira, 11, após a PF comprovar que elas eram inocentes. Imagens de câmeras de segurança flagraram o crime. Seis funcionários suspeitos de participarem da quadrilha foram presos.

Funcionários envolvidos tinham baixos salários

De acordo com a PF, a média de salário dos funcionários da área restrita é de R$ 2 mil por mês. E, algumas vezes, eram despachadas bagagens que garantiam que eles ganhassem, em apenas um dia, o equivalente a dois ou até cinco anos de seu salário no aeroporto.

"É fácil cooptar esses funcionários. São pessoas simples, que ganham mal", afirmou uma das fontes envolvidas na investigação, ouvida sob condição de anonimato pelo Metrópoles.

Segundo a PF, os funcionários da área restrita tinham a função de pegar as bagagens depois de despachadas pelos passageiros no check-in e colocá-las dentro do avião. Conforme informado pela polícia ao site, eles são a base da pirâmide e ganham dos criminosos de R$ 25 mil a R$ 30 mil por cada mala despachada com drogas, que na maioria das vezes é cocaína.

São esses funcionários também que trocam etiquetas de bagagens aleatórias despachadas de forma regular com outras malas que têm drogas. Depois da fraude, conforme a investigação, eles despachavam as bagagens com entorpocentes assim que o check-in era encerrado e as desviava da fiscalização automática, para não passar pelo raio-x.

Critério de pagamento

Investigações da Polícia Federal também descobriram que, quanto mais arriscada e importante é a função do funcionário corrompido, mais dinheiro ele ganha. Por exemplo, aqueles que recebem as malas com drogas nos destinos e as desviam da fiscalização local podem ganhar mais de R$ 100 mil por cada bagagem. 

Além disso, os funcionários que fazem "vista grossa" para impedir a fiscalização também ganham de R$ 25 mil a R$ 30 mil por isso. Ainda conforme a PF revelou ao Metrópoles, com esse esquema, os traficantes conseguem despachar até 40 quilos de pasta-base de cocaína por bagagem, o que rende milhões de dólares ao PCC por cada mala enviada à Europa.

Fonte: Redação Terra
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