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Polícia

Perito nega que Matsunaga tenha sido esquartejado vivo

2 dez 2016 - 14h47
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Elize Matsunaga (à esquerda)
Elize Matsunaga (à esquerda)
Foto: Oslaim Brito / Futura Press

O perito criminal Sami El Jundi, que participou da exumação do empresário Marcos Matsunaga, 42 anos, negou que a vítima tenha sido esquartejada enquanto estava viva. Ele é uma das testemunhas de defesa de Elize Matsunaga, 35 anos, que está sendo julgada pelo crime, que aconteceu em maio de 2012. Ele é a 14ª testemunha ouvida no julgamento.

A ex-mulher do empresário foi presa duas semanas depois do crime, após confessar ser a autora do homicídio. De acordo com a versão apresentada por ela, atuou sozinha. Acertou um tiro na cabeça de Marcos, esquartejou o corpo e por fim transportou as partes do cadáver em três malas. 

Depois disso, ela afirma que abandonou as partes em pontos diferentes e retornou para o apartamento da família. À época, o casal tinha uma filha de 1 ano e segundo a própria versão, o casal vivia um período de crise conjugal. Por meio de um detetive contratado por ela, descobriu que Marcos estava se relacionando com outra mulher.

À Justiça, o perito contestou o laudo oficial. Segundo ele, os métodos utilizados pelo também perito Jorge Pereira de Oliveira, que foi ouvido anteontem no julgamento, foram equivocados. Jorge foi responsável pela necropsia das partes localizadas pela polícia.

De acordo com a versão da acusação, o tiro foi dado de cima para baixo e da frente para trás, com entrada pelo lado esquerdo do crânio da vítima. Como Marcos era mais alto do que Elize, a acusação sustenta que ele tentou se defender do tiro, se abaixando no momento do disparo.

Caso isso seja provado, a pena de Elize pode ser maior, já que ela não teria dado chance de a vítima se defender. Porém, a defesa diz que falhas na perícia não permitem que haja certeza de que o tiro se deu nessas condições.

"Como temos a marca de entrada da bala, o correto seria a realização de um raio-X para se verificar exatamente onde ela foi encontrada, dentro do cérebro da vítima. A assim seria possível traçar a trajetória correta", diz El Jundi.

Segundo o perito, não há elementos que provem que Marcos foi esquartejado em vida. Segundo ele, o tiro atingiu áreas vitais do cérebro da vítima e ela teria morrido quase imediatamente pelo impacto da bala.

Sangue no pulmão

De acordo com a perícia oficial, foi encontrado sangue no pulmão de Marcos. A defesa sustenta que esse sangue chegou lá por meio de aspiração, o que daria a conotação de que Marcos ainda estava vivo quando começou a ser esquartejado.

Porém, na versão de El Jundi, o sangue poderia ter chegado até lá de uma outra maneira. "O sangue na via aérea não significa exatamente nada. Não indica que morreu asfixiado, nem que foi colocado ali em vida".

De acordo com ele, a cabeça de Marcos foi cortada abaixo da glote, que seria responsável pelo bloqueio da passagem de líquidos ao pulmão. "Abaixo deste ponto não há nenhuma restrição a líquidos. Não preciso de mais nada como derramar um líquido aqui. O efeito gravitacional é suficiente para isso", disse.

O crime 

O executivo da Yoki, Marcos Kitano Matsunaga, 42 anos, foi considerado desaparecido em 20 de maio de 2012. Sete dias depois, partes do corpo foram encontradas em Caucaia do alto, na Grande São Paulo. Segundo apuração inicial, o empresário foi baleado e depois esquartejado. 

Principal suspeita de ter praticado o crime, a mulher dele, a bacharel em Direito e técnica em enfermagem Elize Araújo Kitano Matsunaga, então com 31 anos, teve a prisão temporária decretada pela Justiça no dia 4 de junho de 2012.

Fonte: Especial para Terra
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