PF cumpre 18 mandados em operação contra venda de dados pessoais em SP e MG
Dados também foram comercializadas por meio de painel de consulta nas redes sociais, que contava com 10 milhões de acessos mensais
A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira, 31, uma operação com objetivo de combater os crimes de invasão a sistemas de banco de dados, lavagem de dinheiro e organização criminosa. No total, foram autorizados 11 mandados de busca e apreensão em 5 estados, como São Paulo, Minas Gerais e Pernambuco, além de 7 mandados de medidas cautelares contra os investigados.
Batizada de Operação I-Fraude, a ação teve início após a identificação da invasão de banco de dados de sistemas federais, que resultou no vazamento de informações pessoais de milhares de pessoas. Os investigadores também informaram que dados de inúmeras autoridades e pessoas públicas estavam disponíveis para consulta.
Conforme informações da PF, os criminosos desenvolveram um painel de consulta disponibilizado por meio das redes sociais, no qual terceiros podiam acessar esses dados roubados. Além disso, a PF identificou a existência de diversos “planos” de mensalidades, que variavam de acordo com o número de consultas realizadas. Ao todo, o painel tinha cerca de 10 mil assinantes, com uma média de 10 milhões de consultas por mês.
A PF identificou que entre os usuários que acessavam esses dados estavam integrantes de facções criminosas e até mesmo integrantes das forças de segurança pública.
"Com relação aos integrantes das forças de segurança, os criminosos ofereciam o serviço de forma gratuita. No entanto, o servidor precisava enviar, para comprovação de identidade, foto de sua carteira funcional. Dessa forma, os criminosos obtiveram cadastro, com foto, de milhares de servidores da segurança pública e também forneciam esses dados", diz a nota.
As penas para esses crimes podem chegar a 23 anos de prisão, segundo a PF.