PF faz operação contra extração de ouro em reserva indígena
Criminosos usavam ouro e pedras preciosas para lavar dinheiro de outras operações criminosas, segundo a PF
A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira a Operação Warari Koxi, que tem o objetivo de combater e desarticular uma organização criminosa que atua na extração ilegal de ouro e pedras preciosas em reserva Yanomami, em Roraima. Os prejuízos, segundo a PF, são calculados em R$ 17 milhões, além dos danos ambientais. A operação, que ocorre em parceria com o Ibama, reúne cerca de 150 policiais federais, que cumprem cerca de 313 medidas judiciais em Roraima, Amazonas, Rondônia, Pará e São Paulo.
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De acordo com as investigações, a organização criminosa é formada por empresários, funcionários públicos, donos de garimpos, joalheiros e até pilotos de avião, responsáveis pela implantação de garimpos de ouro, minerais de uso industrial e outras pedras preciosas em reserva Yanomami na região de Boqueirão e Uraricoera, extremo norte do estado de Roraima.
A estimativa é de que sejam retirados da reserva cerca de 160 quilos de ouro mensalmente, o que resultou em sonegação de aproximadamente R$ 17 milhões. A suspeita é de que os financiadores do crime utilizem o ouro como ativo para lavagem de dinheiro proveniente de outras atividades ilícitas, que podem chegar a um valor aproximado de R$ 1 bilhão.
Os suspeitos são investigados por associação criminosa, extração de recursos naturais de forma ilegal, uso indiscriminado de mercúrio, usurpação de patrimônio da União, receptação de bens provenientes de crime, corrupção passiva, violação de sigilo funcional, contrabando, lavagem de dinheiro, e operar instituição financeira sem a devida autorização do Banco Central.