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Polícia

PF investiga técnico de informática que fraudou programa de desarmamento e desviou R$ 11 milhões

Prestador de serviço falsificava devoluções no sistema do Desarma, que paga indenização a quem entrega armas voluntariamente

8 jan 2024 - 12h06
(atualizado às 12h37)
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Polícia Federal deflagra 23ª fase da Operação Lesa Pátria
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Foto: Divulgação/PF

A Polícia Federal (PF) está conduzindo uma investigação sobre um prestador de serviço que cometeu fraude no programa Desarma, vinculado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, resultando no desvio de aproximadamente R$ 11 milhões dos recursos públicos. As informações são do programa Fantástico, da TV Globo. 

Tiago Mantognini está preso preventivamente desde dezembro de 2023 no Centro de Detenção Provisória de São José do Rio Preto, situado no interior do Estado de São Paulo.

O programa Desarma, estabelecido em 2011, destina-se a compensar financeiramente aqueles que voluntariamente entregam armas de fogo para serem destruídas. Os valores de indenização variam de R$ 150 a R$ 450, dependendo do modelo das armas.

Através da utilização da senha de um policial federal, o técnico de informática, que ingressou na PF em 2009, falsificava devoluções no sistema e desviava os pagamentos correspondentes.

De acordo com informações da Secretaria Nacional de Segurança Pública, no período de janeiro de 2018 a dezembro de 2022, Tiago realizou o golpe em mais de 27 mil vezes, representando mais de 75% de todas as devoluções registradas no estado de São Paulo.

Contudo, a análise abrange somente até o ano de 2018, e a PF suspeita que ele tenha iniciado as fraudes em 2013, ano em que encerrou sua atuação na instituição, continuando, no entanto, a acessar o sistema.

Atualmente, o participante não necessita se identificar, e não é obrigatório fornecer o número de série da arma. Ao efetuar a devolução, é gerado um voucher que possibilita o saque do valor da indenização no banco.

A participação de Tiago no esquema foi revelada durante as investigações iniciadas em janeiro de 2023, quando a senha utilizada pelo técnico foi bloqueada. Ao ligar para a instituição de um celular pessoal, solicitando o desbloqueio e fazendo-se passar pelo policial proprietário da senha, sua identidade foi descoberta.

Fantástico obteve o acesso à transcrição de uma mensagem de voz na qual o policial comunica ao técnico: "A única pessoa que tem conhecimento das minhas senhas e acesso ao meu celular é você". O trecho foi obtido pelos investigadores.

Agora, a PF está conduzindo uma investigação para esclarecer como Tiago obteve o login e determinar o montante total desviado, bem como avaliar a possível participação do policial no esquema.

A defesa do técnico alega que ele reconheceu parte dos crimes apontados e disse que Thiago está comprometido a colaborar integralmente com as autoridades. Os advogados do servidor também argumentaram que a senha do policial pode ter sido utilizada por outras pessoas além de Tiago. Em seu depoimento à polícia, ele assumiu a autoria dos crimes.

O Ministério da Justiça reitera a relevância do programa para o desarmamento da população e informou que pretende implementar correções para reforçar a segurança do sistema. 

A previsão da PF é concluir o inquérito ainda no mês de janeiro.

Fonte: Redação Terra
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