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Polícia

PF prende 5 indígenas suspeitos de matar agricultores no RS

9 mai 2014 - 17h16
(atualizado às 17h32)
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A Polícia Federal (PF) prendeu nesta sexta-feira cinco indígenas suspeitos de participação na morte de dois agricultores em Faxinalzinho (RS). Segundo a PF, as prisões ocorreram após expedição de mandados de prisão temporária pela Justiça Federal de Erechim.

Os mortos, identificados como os irmãos Anderson de Souza e Alcemar de Souza, foram encontrados com ferimentos de bala e de arma branca em um milharal em Faxinalzinho, perto de uma estrada onde um grupo de índios da etnia kaingang realizou manifestações, inclusive com o bloqueio da via.

O delegado Sérgio Luiz Zanatta, da Polícia Civil, afirmou que os corpos tinham "perfurações de armas longas, alguns cartuchos de armas 12 e 28", mas não confirmou que o crime foi cometido pelos índios.

Os índios bloquearam com troncos a estrada que conduz a Faxinalzinho em um protesto para pressionar que sejam retomados os processos de concessão de terras, paralisados por decisão do governo. Segundo testemunhas citadas por meios de comunicação locais, os agricultores retiraram os troncos para desbloquear a passagem na estrada e o grupo de índios supostamente os perseguiu e os matou.

Em nota divulgada no dia seguinte, o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Conselho de Missão Entre os Povos Indígenas e a Frente Nacional em Defesa dos Territórios Quilombolas lamentaram a morte dos dois agricultores. Segundo o relato de índios que participavam do, houve um conflito entre manifestantes e um grupo de produtores rurais que pretendiam furar, à força, o bloqueio.

"Segundo lideranças kaingang, durante a tentativa de romper o bloqueio, um menino (indígena) foi levado como refém por dois homens que estavam num caminhão carregado de ração. Na perseguição para resgatar o menino, houve um confronto e os dois ocupantes do caminhão acabaram mortos", diz a nota conjunta. "O fato é lamentável e, infelizmente, faz parte de uma tragédia anunciada. O Cimi já havia alertado para a gravidade da situação, exigindo que medidas fossem adotadas pelo governo no sentido de evitar derramamento de sangue", conclui.

O escritório regional da Fundação Nacional do Índio (Funai) solicitou ajuda à sede central deste organismo para que envie mediadores que ajudem na resolução do conflito de terras, que dura 11 anos nesta região, a 200 quilômetros da fronteira da província argentina de Misiones.

Fonte: Terra
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