PI: agente público usa cartão corporativo com prostitutas
Operação da Delegacia de Crimes de Alta Tecnologia do Piauí (Dercat) revelou nesta terça-feira um esquema de prostituição no Estado agenciado via internet. Na investigação, foi descoberto um agente público que gastou R$ 3 mil com garotas de programa usando cartão corporativo. Na lista estão políticos, empresários e profissionais liberais.
A operação foi batizada de Book Eletrônico e prendeu Renato Rosberg Figueiredo de Morais, 28 anos, acusado de fazer os agenciamentos. Ele vai responder por uso indevido de imagem, rufianismo e favorecimento à prostituição. Segundo a delegada Daniela Barros, do Serviço de Operações Especiais (Soe), pelo menos 20 garotas fariam parte da rede de agenciamento.
A polícia chegou até o esquema após denúncia de uma universitária de 20 anos que foi vítima do suposto agenciador. Ela registrou boletim de ocorrência na delegacia no mês de dezembro, informando à polícia que teve sua imagem publicada em um site de prostituição como garota de programa.
A delegada Daniela Barros informou que o acusado usava como isca fotos de mulheres bonitas e publicava nas redes sociais para atrair clientes. De acordo com a delegada, quando o cliente se interessava pela pessoa da foto, o acusado dizia que a garota não estava disponível, mas que haveria outra semelhante para o programa.
"O que chamou atenção é que ele usava imagem de jovens que não eram garotas de programa e oferecia aos clientes. Isso causa um dano irreparável para a vítima", afirmou a delegada.
A polícia informou ainda que os programas eram feitos em motéis e festas de despedida de solteiro que aconteciam em sítios na zona rural de Teresina. Segundo a delegada, um gestor público está sendo investigado por usar num só dia o cartão corporativo para pagar orgias com prostitutas.
"Descobrimos que políticos e empresários usavam o agenciador para terem encontros com prostitutas. Haverá outra investigação paralela porque encontramos um comprovante de pagamento no valor de R$ 3 mil de um gestor público que chegou a pagar esse valor em um programa usando cartão corporativo", disse. "Estamos buscando agora a proveniência, valores de despesas e a que órgão pertence o gestor", afirma a delegada, que não forneceu mais detalhes para não atrapalhar as investigações.
A polícia revelou ainda que o acusado já atuava há cerca de quatro anos explorando garotas. Ele faturava até R$ 1 mil com o agenciamento, relava a investigação. Além da prisão do acusado, foram apreendidos computadores, celulares e outros aparelhos eletrônicos para serem periciados. A polícia divulgou um vídeo em que o agenciador é visto negociando quatro garotas para um único cliente.