PM acusado de executar delator do PCC em aeroporto de Guarulhos é preso em operação
Ao menos 13 pessoas foram presas por suspeita de envolvimento na morte de Antonio Vinicius Lopes Gritzbach
A Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo prendeu, na manhã desta quinta-feira, 16, o policial militar suspeito de atirar e matar o delator do Primeiro Comando da Capital (PCC), Antonio Vinicius Lopes Gritzbach. Além dele, outros 13 PMs foram capturados na Operação Rodotes, que investiga a execução do empresário no Aeroporto de Guarulhos (SP).
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O crime ocorreu em 8 de novembro do ano passado, após a vítima desembarcar no Terminal 2. Toda a investigação, acompanhada também pela Polícia Civil, resultou na expedição de 15 mandados de prisão preventiva e 7 de busca e apreensão em endereços na capital e Grande São Paulo.
De acordo com a TV Globo, entre os suspeitos estão dois tenentes da PM e 13 praças da corporação, sendo um deles o cabo apontado como autor dos disparos que mataram Gritzbach. O nome dele ainda não foi revelado pela Corregedoria.
Com a suspeita de ser o executor, foi pedido o sigilo telefônico do PM, no qual identificaram que ele estava no local do crime no momento em que ocorreu. Outro fator que colaborou para a identificação foi a análise dos depoimentos de testemunhas que viram o suspeito no momento da fuga e fizeram o reconhecimento facial.
Além do suposto atirador, foi preso também outro PM que fazia a escolta pessoal do Gritzbach. Conforme a emissora, esse agente aparece em imagens de câmeras de segurança do aeroporto fazendo ligações, que podem ser para outros envolvidos no assassinato, dando mais detalhes do posicionamento do empresário. Esse homem também aparece correndo logo após os disparos.
A emissora apontou que o secretário Estadual de Segurança Pública, Guilherme Derrite, afirmou que os policiais envolvidos no crime atuavam como uma organização criminosa, favorecendo o delator e outros criminosos do PCC. Além disso, o secretário destaca que a investigação mostra que a Polícia Militar não admite desvios de conduta e que o envolvimento com o crime organizado é inaceitável.
Investigação
Os policiais passaram a ser investigados em março de 2024, oito meses antes do crime, após uma denúncia anônima sobre possíveis vazamentos de informações sigilosas que favoreciam criminosos ligados à facção.
Sete meses depois, o caso evoluiu para um inquérito policial militar, que apontou que os envolvidos, entre militares da ativa, da reserva e até ex-integrantes da instituição, conseguiam favorecer membros de uma organização criminosa, evitando prisões ou prejuízos financeiros.
Entre os beneficiados pelo esquema estavam líderes da facção e até mesmo pessoas procuradas pela Justiça. Ainda segundo a Corregedoria, foi descoberto que policiais faziam escolta para criminosos, como o caso de Gritzbach. "Os militares que prestavam serviço ao suspeito sabiam sobre os crimes e também integravam à quadrilha", escreveu em nota.
Agora, as autoridades buscam descobrir quem é o mandante do crime que vitimou o empresário.