Em reunião nesta quinta-feira com lideranças das 16 comunidades do Complexo da Maré, zona norte do Rio de Janeiro, a Polícia Militar (PM) informou que as operações em algumas comunidades vão continuar, enquanto não for confirmada a entrada das Forças Armadas na localidade. O subcomandante administrativo do Comando de Operações Especiais (COE) da PM, Rodrigo Sanglard, adiantou que entre 500 e 1 mil homens da corporação ocuparão a região durante aproximadamente 10 dias, antes da entrega do território às tropas integrantes da Força Nacional.
"O processo já começou, não tem volta. Estamos aguardando um pronto (aviso de prontidão) das Forças Armadas, de que já dispõem da logística e do planejamento necessários para ir para a área, e aí podermos, realmente, entrar com uma força de intervenção maior dentro das comunidades, em um momento de estabilização, e aí, sim, passar o local para as forças federais", disse ele. "Teremos todo o Batalhão de Choque, o Batalhão de Operações Especiais (Bope), o Batalhão de Ação com Cães e o Grupamento Aéreo", acrescentou.
Em torno de 60 pessoas participaram do encontro, entre moradores, representantes de associações e organizações não governamentais que desenvolvem trabalhos sociais no complexo. Um integrante da Defensoria Pública do Estado também esteve presente.
Alguns moradores chegaram a relatar abusos de policiais do Bope, como humilhações e arrombamento de casas. A PM informou que vai apurar as denúncias e a Defensoria Pública auxiliará os cidadãos que queiram processar o estado por possíveis violações.
A presidente da Associação dos Moradores da Favela Nova Holanda, Andrea Matos, disse que os moradores saíram insatisfeitos da reunião.
"Saímos com dúvidas. Não tem nada definido, não tem data, é uma ocupação da qual não sabemos o motivo de ser nas duas comunidades: Parque União e Nova Holanda", comentou. "Se não é pacificação, mas somente ocupação, devido à Copa e às Olimpíadas, depois como vai ficar? Essas operações estão afetando o comércio, que está fechando cedo. Está todo mundo em pânico", contou.
<a data-cke-saved-href="http://noticias.terra.com.br/brasil/upps-sob-ataques/" data-cke-674-href="http://noticias.terra.com.br/brasil/upps-sob-ataques/">veja o infográfico</a>
Sanglard garantiu que logo após a intervenção das forças estaduais será feita nova reunião para saber a opinião das comunidades sobre a atuação da PM. Hoje, o Bope fez uma operação dentro do complexo, em busca de armas e drogas.
No dia 24 de março, o governador do Rio, Sérgio Cabral, pediu a intervenção das Forças Armadas no Complexo da Maré, depois de uma série de ataques a unidades de Polícia Pacificadora. O Complexo da Maré é um dos maiores do Estado, e ainda não recebeu UPP.
Operação acontece na véspera da ocupação de todas as favelas do Complexo da Maré
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Ao todo, 130 mil pessoas vivem no bairro, que se espreme entre a Avenida Brasil e a Linha Vermelha, às margens da baía de Guanabara
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Caminho para o aeroporto internacional do Galeão e vizinha ao centro da cidade, a Maré é considerada prioritária pelo governo
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Nesta terça-feira pela manhã, era possível perceber o clima tenso da comunidade, que deve ser ocupada pelo Exército em breve
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Agentes do Bope revistavam moradores e ônibus em busca de suspeitos
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Por questões estratégicas, o governo não revelou qual será o efetivo do Exercito alocado na comunidade, mas o secretário de segurança José Mariano Beltrame adiantou nesta segunda-feira que a futura UPP irá contar com 1,5 mil PMs
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Bope percorre a comunidade desde a sexta-feira à noite em preparação para a chegada das Forças Armadas
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Bope percorre a comunidade desde a sexta-feira à noite em preparação para a chegada das Forças Armadas
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) fazem incursões na comunidade Parque União, parte do Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, neste sábado
Foto: Maurício Fidalgo / Futura Press
Cerca de 1 mil homens de batalhões especializados da Polícia Militar ocuparão, no fim da madrugada deste domingo, todas as favelas do Complexo da Maré
Foto: Maurício Fidalgo / Futura Press
Os policiais terão o apoio de blindados da Marinha e veículos aéreos não tripulados (Vants) da Força Aérea Brasileira e da Polícia Federal
Foto: Maurício Fidalgo / Futura Press
Policiais do Batalhão de Operações Especiais fazem incursões na comunidade Parque União, parte do Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, neste sábado
Foto: Maurício Fidalgo / Futura Press
Camburões estampados com caveiras do Bope (Batalhão de Operações Especiais) percorrem a Favela da Maré desde a sexta-feira à noite, em preparação para a chegada das Forças Armadas
Foto: Maurício Fidalgo / Futura Press
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