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Polícia

PM é preso por execução de suspeito na zona leste de SP

Câmera de segurança filmou ação. Promotoria acredita que o soldado tenha matado o suspeito e modificado a cena do crime

23 fev 2015 - 07h59
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Um policial militar foi preso na última sexta-feira por suspeita de envolvimento em uma execução na zona leste de São Paulo. Segundo informações do Fantástico, o soldado Diego Lopes Silva, 30 anos, baleou e matou Fabrício Rodrigues dos Santos, 23 anos, após uma perseguição no dia 5 de agosto de 2014.

Imagens de uma câmera de segurança de uma distribuidora de materiais elétricos mostram dois homens fugindo do soldado. Em seguida, o PM atira pelas costas. O soldado fala com o baleado e continua correndo, em direção aos outros suspeitos. Para o promotor Leonardo Sobreira Spina, o fato de o policial ter passado direto por Fabrício caído no chão indica que o PM sabia que o suspeito estava desarmado e não apresentaria risco.

Ferido, Fabrício consegue se levantar e entra na distribuidora. Um funcionário deixa o local e chama o PM, avisando que o homem entrou no estabelecimento. A câmera interna não flagra as ações que ocorreram lá dentro, mas identifica um clarão.  Para o ouvidor da polícia de São Paulo, Júlio César Fernandes Neves, o clarão foi um tiro e Fabrício havia sido assassinado.

"Foi exatamente uma execução. Quem vê uma cena dessa fica assustado, surpreso e muito triste", disse Neves.

A gravação mostra o que seria a cápsula da bala utilizada na execução. Minutos depois, o policial Diego Lopes Silva pega o objeto do chão. A cápsula, nunca foi entregue para a polícia. Outro erro apontado pela corregedoria foi a falta de isolamento do local do crime. A câmera mostra ainda um PM não identificado movendo o corpo de Fabrício.

O soldado Diego disse que Fabrício e dois comparsas estavam em um carro e não obedeceram ordem de parar, quando se iniciou uma perseguição a pé. O PM disse que atirou, mas alegou legítima defesa. Em depoimento, Diego disse que Fabrício efetuou diversos disparos contra ele, e ao ser baleado deixou uma pistola cair no chão, que foi recolhida pelo próprio soldado. Ainda segundo o depoimento, não foi dado nenhum tiro dentro do estabelecimento.

Um laudo da perícia apontou falta de resíduos de pólvora nas mãos de Fabrício, o que indica que ele não efetuou disparos de arma de fogo, como narrado pelo PM.

Após a morte do suspeito, a polícia pesquisou os antecedentes dele, que já tinha cumprido pena por receptação e respondia por furto. No dia do crime, ele havia acabado de furtar rodas de carros.

Fonte: Terra
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