PM filmado arremessando homem de ponte tem pedido de prisão solicitado pela Corregedoria
Outros 12 agentes envolvidos foram afastados das funções
O policial militar filmado arremessando um homem de uma ponte na Zona Sul de São Paulo teve o pedido de prisão solicitado pela Corregedoria da instituição. Os outros 12 agentes envolvidos foram afastados das funções e respondem a um inquérito.
Receba as principais notícias direto no WhatsApp! Inscreva-se no canal do Terra
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP) reforçou que o soldado responsável pela agressão foi ouvido pela Corregedoria. A decisão agora fica nas mãos do Tribunal de Justiça Militar do Estado.
O caso aconteceu na madrugada da última segunda-feira, 2, no bairro Cidade Ademar, na zona sul da capital. Nas imagens da ação, é possível ver outros três policiais militares, além do responsável pelo pela agressão contra o rapaz, que aparenta já estar contido no momento.
A vítima foi identificada como Marcelo, de 25 anos. Ele trabalha como entregador e não tem antecedentes criminais, conforme o pai, Antônio Donizete do Amaral, contou ao Jornal Nacional, da TV Globo.
"Trabalhador. Menino que sempre correu atrás do que é dele. Ele não tem envolvimento, não tem passagem, não tem nada. Eu gostaria de uma explicação desse policial e o porquê ele fez isso", disse o pai.
O homem também afirmou que o filho está bem e sofreu apenas ferimentos no rosto após ter caído de cabeça na água, de uma altura de três metros.
Após o caso viralizar, o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Muraro Derrite, afirmou que a “ação não encontra respaldo nenhum nos procedimentos operacionais da Polícia Militar”. Ele também destacou que “ações isoladas como essa” não podem manchar a imagem da instituição.
Na terça-feira, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) citou o caso ao falar que um policial militar que "atira pelas costas" ou "joga uma pessoa da ponte" não está "à altura de usar essa farda”.
O ato do agente também foi repudiado por Cláudio Aparecido da Silva, ouvidor da Polícia de São Paulo. Ele criticou a ação da SSP no âmbito de sucessivos casos de violência policial no Estado e afirmou que há 'descontrole da tropa', citando o caso de Marcelo.
O Ministério Público, por sua vez, classificou como "estarrecedoras e absolutamente inadmissíveis" as imagens que mostram a ação de violência policial.
Segundo o procurador-geral de Justiça, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, o vídeo mostra que o suspeito já estava rendido e sob controle dos policiais. "Os agentes tinham o dever funcional de conduzi-lo, intacto, a um distrito policial para que a ocorrência fosse lavrada", afirmou.
Conforme a SSP informou em nota, “o caso também é apurado pela Polícia Civil, por meio da Central Especializada de Repressão a Crimes e Ocorrências Diversas (CERCO) da 2ª Seccional. Diligências estão em andamento para a oitiva da vítima e o esclarecimento dos fatos”.