PM: "Ou pacificação dá certo ou vamos todos para o buraco"
Coronel Frederico Caldas falou sobre nova fase na política das Unidades de Política Pacificadora no Rio
Ex-chefe das Unidades de Polícia Pacificadora, o Relações Públicas da PM, Coronel Frederico Caldas, foi incisivo esta manhã sobre a política de pacificação do Estado: “Não se pode torcer contra. Tem que dar certo ou vamos todos, sociedade e polícia, para o buraco”, disse, durante entrevista coletiva na praia de Ramos no dia em que a PM começa a substituir o exército no Complexo da Maré. “Uma coisa é certa: não vamos recuar”, afirmou Caldas.
O coronel afirmou ainda que as próximas UPPs que serão instaladas na Maré vão ter instalações definitivas e não mais os contêineres provisórios usados até hoje. “Percebemos uma vulnerabilidade dos policiais e vamos implantar unidades definitivas”, disse. Quando fala de unidades definitivas, Frederico Caldas fala de instalações blindadas e com mais conforto para os policiais. Ano passado algumas unidades no Complexo do Alemão foram atacadas por bandidos com coquetel molotov e tiros de fuzil e chegaram a ser totalmente destruídas.
Outro ponto destacado por Caldas foi o treinamento do policial. Uma vez mais, a PM fez “mea culpa” da atuação dos seus homens. “Os policiais foram treinados para uma situação e essa situação mudou. Precisamos mudar o treinamento”, disse, em referência ao contra-ataque do tráfico e da milícia à ocupação de comunidades por parte da polícia. O próprio Caldas, quando chefiava a UPP, foi vítima de um tiro de raspão durante um ataque na Rocinha. Policiais que já trabalham em UPPs estão passando por novos treinamentos para atuar em comunidades pacificadas.
A partir desta quarta-feira os policiais vão ocupar parte do bairro de Ramos e da comunidade Roquete Pinto (ambos dominados pela milícia). “São 177 policiais que estão sendo treinados para as futuras UPPs nessas comunidades”, explicou Frederico Caldas. Dentro de 30 dias a PM entra no Parque União, Rubens Vaz, Nova Holanda e Parque Maré, até chegar ao dia 1º de Junho quando o exército deixa definitivamente a Maré.