Script = https://s1.trrsf.com/update-1736967909/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Polícia

PM que atirou em delator do PCC foi preso após reconhecimento facial; detidos faziam parte da mesma escolta

Ao todo, 15 policiais foram presos na Operação Rodotes, sendo 14 deles ligados à escolta de Antonio Vinicius Lopes Gritzbach

16 jan 2025 - 12h15
(atualizado às 14h07)
Compartilhar
Exibir comentários
O empresário Antonio Vinícius Lopes Gritzbach foi morto a tiros no Aeroporto Internacional de Guarulhos
O empresário Antonio Vinícius Lopes Gritzbach foi morto a tiros no Aeroporto Internacional de Guarulhos
Foto: Reprodução

O cabo da Polícia Militar preso na manhã desta quinta-feira, 16, suspeito de ser o autor dos disparos que mataram Antonio Vinicius Lopes Gritzbach, no Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP), foi identificado por meio de reconhecimento facial. Além disso, todos os PMs presos faziam parte da escolta pessoal e ilícita do delator do Primeiro Comando da Capital (PCC). A informação foi confirmada pelo secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, no final desta manhã. 

De acordo com o secretário, esse foi um dos principais fatores usados pela Corregedoria da PM para apontá-lo como suspeito, bem como a quebra do sigilo telefônico e a conferência do sinal de rede das estações de rádio base próximo ao aeroporto, que permitiu identificar que o agente estava no local do crime quando ocorreu a execução. 

"Esses fatores o colocaram na cena do crime, e uma vez colocado ali, nós precisávamos de comparações para saber se realmente ele estava lá. Aí foi utilizada a comparação das imagens que todos vocês já tem, imagens de vídeo, de dentro do ônibus que foram amplamente divulgadas, com as imagens que nós tínhamos desse policial que foi preso na data de hoje", explica. 

O nome do suspeito não foi revelado, pois o caso está em segredo de Justiça, além de que, o Instituto de Criminalística (IC) fará comparações do material genético dele para o coletado no local do crime. Após isso, a prisão dele poderá ser convertida de temporária para preventiva. 

Ele foi preso sob suspeita de organização de militares para prática de violência, prevista no Código Penal Militar, e não pelo homicídio do delator, que é investigado pela Polícia Civil. A prisão ocorreu nesta quinta, durante a Operação Rodotes

“Esse trabalho realizado de apuração interna, mostra o nosso compromisso, não só da Polícia Militar mas da nossa gestão, minha e do governador Tarcísio de Freitas, em realizar as devidas apurações internas, seja na Polícia Civil ou Militar”, afirmou Derrite. 

De acordo com Ivalda Aleixo, diretora do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), já se sabe que o crime foi encomendado pelo PCC. “Quanto ao mandante, temos duas linhas de investigação. Ambos de faccao", explicou. No entanto, ainda não foi identificado de quem partiu a ordem da execução do empresário. 

Veja a cronologia e o que se sabe até aqui sobre o ataque a delator do PCC em Guarulhos:

As autoridades presentes também explicaram que, os outros 14 policiais detidos foram presos por integrar a escolta do delator do PCC, sabendo que ele era investigado por duplo homicídio contra dois líderes da facção, e também envolvido com esquema de lavagem de dinheiro. Eles não teriam qualquer ligação com o cabo suspeito de atirar contra Gritzbach. 

"Nessa escolta ilegal realizada pelos militares, alguns estavam trabalhando naquele dia e outros em outras datas, e outros não estavam naquele momento em serviço. Toda essa rede, inclusive, dois tenentes que não participavam diretamente na função como segurança, mas na função administrativa deste grupo e contra todos eles, foi solicitado o mandado de busca e de prisão", explicou o secretário. 

Um dos tenentes gerenciava a atividade de segurança pessoal ilícita de Gritzbach, enquanto outro favorecia alguns policiais militares na escala, os dando folga para poder atuar com o empresário. Esses agentes teriam aderido voluntariamente ao trabalho.

Investigação

Os policiais passaram a ser investigados em março de 2024, oito meses antes do crime que ocorreu em 8 de novembro, após uma denúncia anônima sobre possíveis vazamentos de informações sigilosas que favoreciam criminosos ligados à facção. 

Vídeo mostra momento em que empresário delator do PCC é executado no Aeroporto de Guarulhos:

Sete meses depois, o caso evoluiu para um inquérito policial militar, que apontou que os envolvidos, entre militares da ativa, da reserva e até ex-integrantes da instituição, conseguiam favorecer membros de uma organização criminosa, evitando prisões ou prejuízos financeiros.

Entre os beneficiados pelo esquema estavam líderes da facção e até mesmo pessoas procuradas pela Justiça. Ainda segundo a Corregedoria, foi descoberto que policiais faziam escolta para criminosos, como o caso de Gritzbach. "Os militares que prestavam serviço ao suspeito sabiam sobre os crimes e também integravam à quadrilha", escreveu em nota. 

Agora, as autoridades buscam descobrir quem é o mandante do crime que vitimou o empresário. 

Fonte: Redação Terra
Compartilhar
Publicidade
Seu Terra












Publicidade