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Polícia

PMs que faziam segurança de empresário morto em aeroporto tiveram suposto problema em carro antes de atentado

Polícia investiga possível envolvimento dos agentes no crime; defesa dos PMs nega participação

10 nov 2024 - 23h15
(atualizado em 11/11/2024 às 00h06)
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Carro preto, que estava com dois seguranças, retorna ao estacionamento próximo ao Aeroporto de Guarulhos para verificar o que aconteceu com o carro branco, que estava com o capô levantado
Carro preto, que estava com dois seguranças, retorna ao estacionamento próximo ao Aeroporto de Guarulhos para verificar o que aconteceu com o carro branco, que estava com o capô levantado
Foto: Reprodução/Fantástico

Quatro policiais militares eram responsáveis por fazer a segurança, de maneira informal, do empresário Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, assassinado na última sexta-feira, 8, no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. A polícia investiga um suposto problema no carro deles antes da morte do corretor de imóveis e um possível envolvimento dos agentes no crime.

Gritzbach foi alvejado com 10 tiros por criminosos da facção criminosa PCC quando chegava de uma viagem feita para Maceió (AL) com a namorada. Ele era delator do PCC e tinha um acordo com o Ministério Público de São Paulo. Outras três pessoas também ficaram feridas no atentado.

Imagens cedidas ao Fantástico, da TV Globo, mostram que os seguranças de Gritzbach não chegaram a tempo no aeroporto antes de ele ser assassinado. Eles se dividiram em dois carros, um preto e um branco, para buscar o empresário no aeroporto. Antes de chegar lá, eles pararam em um estacionamento próximo por volta das 13h.

No carro branco, estavam dois seguranças, o filho e o sobrinho do corretor de imóveis, enquanto no carro preto estavam outros dois policiais. Nas imagens, é possível ver que, após uma parada para comer em uma loja de conveniência ao lado do estacionamento, os seguranças do carro branco entram e depois saem do veículo para abrir o capô. O carro preto, que já havia saído do local, retorna para verificar o que tinha acontecido. O empresário foi morto 15 minutos depois. 

Os PMs foram ouvidos e estão afastados das funções da corporação. Em nota, a Polícia Civil afirmou que armas que estavam em mochilas encontradas nas proximidades do aeroporto serão periciadas, tendo em vista que elas podem ter sido utilizadas para alvejar o corretor de imóveis. 

Gritzbach trazia na mala joias avaliadas em R$ 1 milhão que seriam, de acordo com a investigação, o pagamento de uma dívida e um dos motivos para ele ter viajado. O advogado dos seguranças, Guilherme Flauzinho, negou envolvimento dos policiais com o crime. "Eles estavam apenas trabalhando. Cuidavam do filho do Vinicius como se fosse filho deles".

Negou proteção oferecida pelo MP

O empresário se recusou a integrar o programa de proteção a testemunha oferecido pelo Ministério Público (MP) de São Paulo. Em vídeo veiculado pelo Fantástico, Gritzbach aparece em uma audiência na qual solicita escolta policial. Em vez disso, é oferecido a ele fazer parte do programa de proteção.

"Não se enquadra no meu estilo, doutor", disse. O corretor solicitou "mais segurança" ao MP depois de ter sofrido um primeiro atentado em 25 de dezembro de 2023. Vários tiros foram disparados contra um apartamento em que ele estava, mas a tentativa não foi bem sucedida.

"Cada vez mais eu preciso de mais segurança. Então, eu precisava de um amparo de vocês também, porque vocês estão falando com um morto-vivo hoje", pediu o empresário em audiência com o MP. 

Oito dias antes de ter sido assassinado, o empresário fez uma denúncia à Corregedoria da Polícia Civil. Ele afirmou que havia sido roubado por investigadores e que, na primeira vez que foi preso, por suspeita de ter assassinado pessoas ligadas ao PCC, levaram uma bolsa com R$ 20 mil de sua casa e uma caixa com coleção de relógios luxuosos.

A caixa foi devolvida, mas com cinco relógios a menos. Ele informou que, posteriormente, reconheceu um desses relógios em fotos nas redes sociais de um dos policiais. De acordo com Gritzbach, as imagens foram apagadas depois que ele fez a denúncia.

Fonte: Redação Terra
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