Polícia brasileira cumpre 11 mandados de busca na Itália
A Polícia Civil do Rio Grande do Norte deflagrou nesta quinta-feira, na Itália, a Operação FireStone para dar continuidade às investigações do homicídio que vitimou o italiano Enzo Albanese, morto no último dia 2 de maio, em Natal. Segundo a polícia, a operação tem como objetivo desarticular a organização Criminosa de Pietro Ladogana, acusado de ser o mandante do assassinato. Desde as primeiras horas de hoje estão sendo cumpridos 11 mandados de busca e apreensãonas casas dos sócios italianos das empresas de Ladogana.
O delegado Raimundo Rolim está na Itália desde o dia 22 de junho, onde realiza diligências policiais, entrevistas, interrogatórios e mandados de buscas, contando com a colaboração com a Polícia Carabinieri de Budoni – Sardenha, que instaurou procedimento de investigação criminal comandado pelol procurador Andrea Vacca e o Maresciallo Capo Gianluca Lombardi contra o italiano Pietro Ladogana, que está preso em Civitavecchia, a 80km de Roma.
Ladogana foi preso no dia 29 de maio, no aeroporto de Fiumicino em Roma, quando tentava embarcar para o Brasil, com 120 mil euros não declarados. Ele é o principal suspeito da morte de Enzo Albanese, italiano que residia no Brasil há mais de oito anos.
A Organização Criminosa de Ladogana, instalada em Natal, no Rio Grande do Norte, consistia na administração de dez empresas do ramo imobiliário em Natal e Extremoz, todas com sócios italianos não residentes no Brasil e estão envolvidas em diversos crimes de homicídios, tentativas de homicídios, ameaças, estelionatos, fraudes, falsificação de documentos públicos, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
A Polícia Civil do Rio Grande do Norte já apreendeu mais de R$ 2 milhões em bens móveis, sendo dez veículos, vários automóveis de luxo e importados; uma Fazenda, no município de Ielmo Marinho/RN (Haras Novo Mundo), com dezenas de animais da raça "Quarto de Milha", avaliada em mais de R$ 1,5 Milhão, além da quantia de 36 mil euros em espécie com a namorada de Pietro Ladogana, quando a mesma desembarcava na capital potiguar, no último dia 30 de maio, além de computadores e mais de 20 aparelhos celulares.
Intimidação
A investigação descobriu também que um consórcio de italianos mandou Pietro Ladogana e o cabo da Polícia Militar, Alexandre Douglas, dar um "susto" no Secretário de Tributação de Extremoz, Giovanni Gomes de Araujo, 53 anos, em razão da cobrança de impostos dos terrenos comprados e vendidos por Pietro Ladogana e as empresas sob sua administração, resultando em duas tentativas de homicídio contra o Secretário.
Os inquéritos policiais instaurados sobre as tentativas de homicídios já foram avocados pelo chefe da Polícia Civil e farão parte da investigação principal, em conexão com o homicídio que vitimou o italiano Enzo Albanese. Outros homicídios praticados pelo grupo de Ladogana também são investigados pela Delegacia Especializada de Homicídios (DEHOM), Força Tarefa e pela Diretoria de Policiamento da Grande Natal (DPGRAN).
O crime
Enzo Albanese foi morto em frente a sua casa, localizada na rua Francisco Pignataro, no bairro de Capim Macio, zona sul da capital potiguar, na noite do último dia 2 de maio. Dois homens teriam se aproximado da vítima num Corolla de cor prata e efetuado disparos de pistola calibre 380. O italiano retornava de um supermercado, quando foi surpreendido pelos criminosos.