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Polícia

Polícia do Rio considera foragidos 18 ativistas

Na sexta-feira, a 27ª Vara Criminal da Capital recebeu denúncia do Ministério Público e decretou a prisão preventiva de 23 ativistas acusados de formação de quadrilha armada

19 jul 2014 - 15h56
(atualizado às 19h11)
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A polícia do Rio de Janeiro não conseguiu cumprir 18 dos 23 mandados de prisão preventiva decretados contra ativistas que tiveram a denúncia aceita pela Justiça do Rio na sexta-feira. Acusados de organizarem e praticarem atos de violência nas manifestações populares, eles são considerados foragidos pela polícia, que realizou buscas na cidade neste sábado.

Na sexta-feira, a 27ª Vara Criminal da Capital recebeu denúncia do Ministério Público e decretou a prisão preventiva de 23 ativistas acusados de formação de quadrilha armada. Entre eles, está o grupo que teve prisão temporária decretada no último dia 12, durante a Operação Firewall, e que foi solto após ter sido beneficiado por habeas corpus nesta semana.

Segundo a Globonews, na denúncia oferecida à Justiça, o Ministério Público afirma que os  ativistas denunciados tinham planos de incendiar a Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro durante o ato chamado “Ocupa Câmara”, em agosto do ano passado. De acordo com a emissora, a denúncia afirma que a ativista presa Elisa Quadros, conhecida como Sininho, teria mandado outros organizadores de protestos levarem três galões de gasolina ao local. O incêndio só não aconteceu porque outros manifestantes impediram.

Segundo a secretaria de Administração Penitenciária, dos 23 ativistas que tiveram a prisão preventiva decretada, cinco já estavam presos e assim continuarão: Eliza Quadros Pinto Sanzi, conhecida como “Sininho” e Camila Aparecida Rodrigues Jourdan, detidas na cadeia pública Joaquim Ferreira de Souza, no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu. Igor Pereira D' Icarahy está preso na cadeia pública José Frederico Marques, também em Bangu. Outros dois ativistas que tiveram a prisão preventiva decretada já estavam presos desde o início do ano, e respondem a processo pela morte do cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Andrade, que faleceu após ser atingido por um rojão na cabeça em um protesto no Rio. São eles: Fábio Raposo Barbosa e Caio Silva Rangel, que estão na penitenciária Bandeira Stampa, em Bangu.

Para o juiz Flávio Itabaiana de Oliveira Nicolau, da 27ª Vara, os acusados são perigosos.  “Em liberdade, certamente encontrarão os mesmos estímulos para a prática de atos da mesma natureza. Assim, como a periculosidade dos acusados põe em risco a ordem pública, deve-se proteger, por conseguinte, o meio social”, justificou o magistrado na sentença.

A polícia ainda está à procura de Luiz Carlos Rendeiro Júnior, conhecido como “Game Over”; Gabriel da Silva Marinho; Karlayne Moraes da Silva Pinheiro, vulgo “Moa”; Eloísa Samy Santiago; Igor Mendes da Silva; Drean Moraes de Moura Corrêa, conhecido como “DR”; Shirlene Feitoza da Fonseca; Leonardo Fortini Baroni Pereira; Emerson Raphael Oliveira da Fonseca; Rafael Rêgo Barros Caruso; Filipe Proença de Carvalho Moraes, conhecido como “Ratão”; Pedro Guilherme Mascarenhas Freira; Felipe Frieb de Carvalho; Pedro Brandão Maia, vulgo “Pedro Punk”; Bruno de Sousa Vieira Machado; André de Castro Sanchez Basseres; Joseane Maria Araújo de Freitas; e Rebeca Martins de Souza.

Como o MP não denunciou duas pessoas que estavam presas temporariamente por supostamente participarem da organização de protestos violentos (Tiago Teixeira Neves da Rocha e Eduarda Oliveira Castro de Souza), elas tiveram a prisão temporária revogada pela Justiça e foram soltas na tarde deste sábado. Segundo o Ministério Público, não há elementos seguros que atestem a participação deles na incitação da prática de condutas criminosas ou, de qualquer modo, na prática direta destas condutas. 

Na denúncia, o promotor Luís Otávio Figueira Lopes afirma que desde o mês de junho de 2013, os 23 denunciados se associaram para praticar, no contexto das manifestações, crimes como posse de artefato explosivo, corrupção de menor, dano básico e qualificado, resistência e lesão corporal (consumada e tentada).  

Para o MP, vários grupos declaravam ter objetivos lícitos (organização de protestos e difusão de ideias que contestam o status quo vigente), mas integrantes desses grupos atuavam, na prática, para realizar atos violentos e de confronto, incentivados por lideranças, “em geral, praticados por indivíduos que adotam a tática denominada black bloc”. À medida que as manifestações se intensificaram, os grupos tentaram se unificar, com a criação da chamada Frente Independente Popular (FIP), de acordo com o MP. O promotor afirma que o objetivo deles era a definição de uma linha de atuação para os diversos grupos e indivíduos envolvidos na realização de protestos.

Fonte: Terra
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