Polícia investiga esquema de prostituição envolvendo políticos
Duas garotas de 16 e 17 anos foram mortas em orgia na Região Metropolitana de BH.
A Polícia Civil de Minas Gerais está a procura de quatro mulheres que podem ajudar nas investigações da morte de duas garotas de 16 e 17 anos na madrugada de sábado (18) após uma orgia num sítio em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, Minas Gerais.
Três homens estão sendo procurados: Osmar Amaral Ferreira, de 26 anos, Elismar Santos da Silva, de 31, e Renato Henrique de Almeida, de 27 anos. Um dos organizadores das festas seria o ex-candidato ao governo mineiro pelo Partido Social Democrata Cristão (PSDC), Eduardo Ferreira de Souza. Ele foi detido e liberado depois de prestar depoimento. Confirmou que esteve no local a convite de um conhecido, mas que saiu antes de 19h do dia do crime. Eduardo tinha um cargo comissionado em Contagem e foi exonerado , de acordo com a Prefeitura. O PSDC informou que não irá comentar o caso devido ao fato Eduardo ter deixado o partido.
Outro acusado de envolvimento no crime é Lúcio Rodrigues Pereira Neto, que foi preso na segunda-feira (20), mas negou a participação.
Segundo a polícia, as garotas teriam se negado a manter relações sexuais com dois dos homens que estavam no local. Elas foram colocadas dentro de um carro e torturadas por cerca de duas horas antes de serem alvejadas e largadas em diferentes pontos da cidade. Uma terceira garota, a mais nova delas, de 15 anos, fingiu estar morta e conseguiu escapar.
De acordo com o delegado Rodrigo Rodrigues, além do sítio onde o grupo estava, pelo menos outros dois imóveis seriam usados como pontos de prostituição de adolescentes.
O delegado Rodrigo Rodrigues afirmou que existe a possibilidade de outras pessoas, que ele classificou como “influentes”, terem envolvimento no esquema que aliciava as menores para prostituição, entre as quais até políticos. “Há também indivíduos influentes, entre políticos e envolvidos com a criminalidade. Esses homens têm um dia fixo da semana em que realizam essas orgias com as adolescentes."
Ainda de acordo com a polícia, as garotas tinham entre 15 e 18 anos e chegavam a receber entre R$ 150 e R$ 300 por programa.
As meninas eram aliciadas pelo caseiro do sítio e sua companheira. Waldisley Quenupe de Souza, conhecido por “Val”, e Andreia, se apresentavam como donos do sítio e a mulher era quem as recrutava.
Além do sítio em Betim, dois imóveis também estão entre os locais usados pelo grupo criminoso, um no município de Corinto e outro em Sete Lagoas.
Os proprietários estão sendo procurados para prestar esclarecimentos. No caso de Betim, a polícia descartou o envolvimento do dono. “O caseiro se apresentava como dono e não cobrava aluguel, mas participava dos eventos”, afirmou o delegado.
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