Policiais acusados de executar membros do PCC são absolvidos
O juiz entendeu que os agentes agiram em legítima defesa
A Justiça absolveu policiais militares acusados de matar 12 pessoas em praça de pedágio da rodovia Castelo Branco, em março de 2002. A decisão, tomada pelo juiz Hélio Villaça Furukawara, da 2ª Vara Criminal de Itu, foi proferida na última terça-feira, 4.
De acordo com a denúncia, os policiais, que faziam parte do Gradi (Grupo de Repressão e Análise dos Delitos de Intolerância), se infiltraram e passaram a manter contato com integrantes da facção criminosa PCC com o objetivo de executá-los. Eles teriam convidado os criminosos para participar do roubo de um avião que pousaria em Sorocaba, supostamente carregando R$ 28 milhões, mas na verdade tudo seria um plano para executar os infratores.
O magistrado, contudo, considerou que as provas não demonstraram indícios suficientes de que a operação havia sido planejada pelos policiais e que não há elementos para levá-los a julgamento perante o Tribunal do Júri.
Ainda segundo Furukawa, os réus agiram em legítima defesa. "A enérgica reação foi necessária em razão da quantidade de criminosos envolvidos e do grande armamento transportado. A conduta dos policiais foi de acordo com o que se espera de profissionais diligentes e zelosos. Pode-se afirmar, seguramente, que a morte das vítimas se deu em razão da conduta delas próprias, em partir para o enfrentamento, estando presentes todos os requisitos para o reconhecimento da legítima defesa.”
Cabe recurso da decisão.