Policial que deteve Amarildo tinha sido alvo de denúncia por tortura
O soldado Douglas Roberto Vital, que levou o ajudante de pedreiro Amarildo de Souza para averiguação na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha no dia 14 de julho já havia sido acusado de agredir e ameaçar pelo menos dois moradores da favela, segundo informações publicadas neste sábado pelo jornal O Globo. Vital e o grupo que levou Amarildo teria espancado e sufocado ao menos três vezes um adolescente de 16 anos, primo do ajudante de pedreiro, e Luiz Gustavo de Souza Silva. De acordo com o jornal, a mãe de Luiz afirmou em depoimento que Vital teria dito que o rapaz deu sorte de ser abordado de manhã, porque, se fosse à noite, o tratamento seria diferente.
Pelo menos três registros de ocorrência contra PMs daquela região afirmam que eles teriam recorrido a torturas para localizar bandidos, drogas e armas durante os quatro meses de investigação da Operação Paz Armada, de combate ao tráfico na Rocinha. No caso de Luiz e do primo de Amarildo, após terem denunciado os policiais, eles voltaram a ser presos no dia 13 de julho, dentro da Operação Paz Armada. O pai do adolescente afirmou ao jornal que os policiais disseram que tinham um mandado de prisão contra ele, mas não apresentaram nenhum documento. Os PMs teriam batido no menino, circulado com ele pela favela como se fosse um delator e teriam inventado um flagrante de uma balança de precisão e sacos plásticos contra ele.