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Polícia

Presos na Grande São Paulo mais de 30 acusados de pedofilia

20 fev 2018 - 12h49
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Policiais conduzem suspeitos e transportam objetos apreendidos durante a operação.
Policiais conduzem suspeitos e transportam objetos apreendidos durante a operação.
Foto: Newton Menezes/Futura Press

A Polícia Civil de São Paulo prendeu, na manhã desta terça-feira (20), 33 pessoas acusadas de crime de pedofilia, principalmente pelo armazenamento e distribuição de fotografias ou vídeos de crianças ou adolescentes em cenas de sexo explícito. As prisões são parte da Operação Harpócrates, que cumpre 49 mandados de busca e apreensão em 21 cidades da região metropolitana de São Paulo, incluindo a capital. Foram apreendidos computadores, celulares e mídias. Os suspeitos foram presos nos municípios de Carapicuíba; Cotia; Itapecerica da Serra; Barueri; Jandira; Itapevi; Santana do Parnaíba; Ferraz de Vasconcelos; Praia Grande; Itaquaquecetuba; Mogi das Cruzes; Ribeirão Pires; Mauá; Santo André; São Bernardo do Campo; Diadema; Embu-Guaçu; Embu das Artes; Vargem Grande Paulista; Osasco e Taboão da Serra.

As investigações, que estão em andamento há seis meses, tiveram como base denúncia anônima de um morador de Taboão da Serra sobre um suspeito de armazenar material pornográfico. A partir daí, foi feito o levantamento de IP, que é a identidade de cada computador, o que levou a uma rede que inclui 49 pessoas.

De acordo com a delegada, Gilmara Natália dos Santos, ainda não é possível afirmar se há entre os presos responsáveis pela produção do material. "Primeiro, eles estão sendo autuados por armazenamento, depois vamos identificar se estavam trocando o material." A delegada disse também que ainda não se sabe se há vítimas nas imagens. "Muitas vezes, a vítima está dentro da casa, sendo abusada, e as pessoas estão trocando as imagens."

Gilmara acrescentou que todos os alvos da operação são pessoas acima de qualquer suspeita, que não aparentavam ter envolvimento com esse tipo de crime. Há, entre os presos, um funcionário de escola infantil, um diretor de bufê e um guarda civil municipal, além de um pai e um filho residentes na mesma casa, que, segundo a Polícia Civil, disseram não ter conhecimento de que ambos praticavam tal ato. "Temos alvos com 7 mil arquivos no computador. Isso é muita coisa. Todos eles estavam ligados por sites onde o material era disponibilizado", disse a delegada.

Os presos serão encaminhados para os centros de Detenção Provisória de suas cidades e, em seguida, para audiências de custódia nas respectivas cidades. A pena para tais crimes, prevista no Artigo 241 do Estatuto do Menor e do Adolescente (ECA), é de quatro anos de detenção. "O crime de armazenar fotografias e vídeos é permanente. Para quem transmite, a pena é maior e não há fiança."

A delegada ressaltou que uma das formas de detectar se há possibilidade de uma pessoa próxima estar praticando crime de pedofilia é a observação. "É preciso prestar atenção no comportamento das pessoas. Uma pessoa retraída, calada, que busca ficar sozinha com crianças, oferece muitos doces, prêmios, pode ser um pedófilo. Entre os presos hoje, o perfil mais comum é de solteiros mais velhos e sem filhos", disse Gilmara.

De acordo com o delegado do Setor de Investigações Gerais da Polícia Civil, Márcio Fruett, alguns dos presos têm passagem pela polícia. "Mas são passagens por outros tipos de crime, nada que chamasse a atenção para esse viés de crime sexual, principalmente contra crianças."

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